Sermão textual. Este Salmo contém apenas dezessete versículos, e pode ser pregado num sermão textual, expositivo. O autor é Moisés, que pode ter escrito também o Salmo 91. O Salmo 90 abre o quarto livro que vão dos Salmos 90 ao 106 e corresponde ao livro de Números. Os salmos neste quarto livro falam sempre de “números”, de dias, meses, anos, etc. Veja o resumo dos Salmos no título: A Estrutura dos Cinco Livros...
1. Moisés fala da eternidade de Deus. “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (v.2). Moisés comenta tão pouco sobre a eternidade! O que é grande demais nem pode ser comentado!
2. Depois ele fala da brevidade do homem: (v.3-12). Requer de Moisés mais reflexão! Pedro também se engaja com Moisés e fala dessa brevidade do homem:
Esta brevidade da vida foi comentada pelos homens de Deus do passado:
“Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2 Pe 3.8).
“Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada” (1 Pe 1.24-25). É uma citação de Isaías 40.
“Uma voz diz: Clama; e alguém pergunta: Que hei de clamar? Toda a carne é erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do SENHOR. Na verdade, o povo é erva; seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente.” (Is 40.6-8).
“Quanto ao homem, os seus dias são como a relva; como a flor do campo, assim ele floresce; pois, soprando nela o vento, desaparece; e não conhecerá, daí em diante, o seu lugar. Mas a misericórdia do SENHOR é de eternidade a eternidade, sobre os que o temem, e a sua justiça, sobre os filhos dos filhos, para com os que guardam a sua aliança e para com os que se lembram dos seus preceitos e os cumprem” (Sl 103.15-18).
3. Moisés compara a eternidade de Deus com a brevidade do homem na terra! As comparações de Moisés: (a) Nossa vida é como alguma coisa levada pela torrente; como um rio leva a folha para o mar! (b) Como um sono; (c) A planta que nasce, viceja e morre!
4. Moisés calcula o tempo que o povo viverá no deserto. Deus avisou que toda aquela geração que tinha de vinte anos para cima ao sair do Egito morreria no deserto. Por isso o cálculo dos setenta e oitenta anos! (Quem tinha 40 anos, chegará no máximo a oitenta!). é disto que Moisés está tratando.
5. O cerne da oração de Moisés vai dos versículos 12 ao 17.
Versículo chave: v. 12: Salmo 90.12: Ensina-nos a contar. Não é que ele fosse analfabeto. Ele queria sabedoria para desfrutar cada dia de sua vida. Cont a os nossos dias como se hoje fosse o último dia de nossa vida.
Os escritores bíblicos já fizeram esta reflexão por nós. Portanto, resta-nos refletir sobre o que eles refletiram. Nada há de novo, a não ser entender o que eles disseram.
1. Reconhecer que somos mortais, que nosso futuro é incerto e que devemos colocar nossas vidas nas mãos de Deus! C/ v. 11. “Ninguém tirou a medida da ira de Deus, mas cada pessoa deve conhecer a medida dos seus dias, senão, agirá como tolo arrogante, sem pensar na sua mortalidade, nem da necessidade de prestar contas a Deus.” (NVI). Ver
Salmo 49 todo! É o que pensam os ímpios! Salmo 73.4-12
Davi orou: “Dá-me a conhecer, SENHOR, o meu fim e qual a soma dos meus dias, para que eu reconheça a minha fragilidade” (Sl 39.4).
2. Não é para que saiba quanto tempo vou viver, mas para conhecer minha fraqueza!
“Para que alcancemos corações sábios”. Como se consegue coração sábio? O próprio Deus recomenda em Deuteronômio 32:29 “Tomara fossem eles sábios! Então, entenderiam isto e atentariam para o seu fim”. Entender o quê? Entender que o sucesso da vida está em obedecer a Deus e seguir seus mandamentos, de que trata o capítulo 32.
A sabedoria consiste em adquirir conhecimento e saber usá-lo bem. Com base no AT, o conhecimento deve ser da lei de Deus. Toda sabedoria que despreza a lei de Deus é vã e nula.
3. Precisamos entender que viver muito ou pouco, isto é, ter ou não longevidade está nas mãos de Deus.
4. Nesta reflexão, os sábios refletiram por nós. Compete a cada um de nós viver no temor do Senhor: Jó 28:28 “E disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e o apartar-se do mal é o entendimento”.
“E, se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a voz, se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares, então, entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus. Porque o SENHOR dá a sabedoria, e da sua boca vem a inteligência e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; é escudo para os que caminham na sinceridade, 8 guarda as veredas do juízo e conserva o caminho dos seus santos. Então, entenderás justiça, juízo e eqüidade, todas as boas veredas. Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será agradável à tua alma (Pv 2.3-10).
O apelo de Moisés:
v. 13: Tem compaixão de nós! Até quando? Essa pergunta revela a intimidade da pessoa com Deus!
v. 14: De manhã, Senhor, bem cedo, alimenta-nos com tua benignidade, já que a vida é tão curta! Se a tua benignidade nos acompanhar – e for para nós como alimento – apesar do tempo curto de vida, cantaremos e jubilaremos todos os nossos dias!
v. 15: Que a tua bênção seja proporcional ao tempo de aflição. Se somos afligidos 40 anos, que sejam 40 anos de felicidade!
v. 16: Que durante este tempo o Senhor mostre aos seus filhos a sua obra e as suas maravilhas!
v. 17: Que tua graça venha sobre nós e confirme tudo o que fizermos nesse pouco tempo que nos resta!
Conclusão: A melhor maneira de se adquirir sabedoria, é escrever seu próprio epitáfio para colocar sobre seu túmulo. Epitáfio vem de epi – sobre ou por cima de; e de tafo – túmulo. “Aqui jaz....”. “Viveu para Deus e nunca se arrependeu”. “Deixou um rastro de glória e de virtude”. “Sua família tem mais coisas positivas a respeito dele do que negativas”. Etc.
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