quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

: Não se desespera quem crê no Deus dos impossíveis

Quero destacar quatro fatos importantes sobre Abraão:
Em primeiro lugar, Abraão começou a ouvir a palavra de Deus com 75 anos de idade (Gn 12.4). Aos 75 anos, pensamos mais em "dependurar as chuteiras", em nos aposentar, em entrar num pijama, comprar uma cadeira de balanço e encerrar a carreira. Abraão, aos 75 anos, começava seu caminhar com o Senhor, recebia o maior desafio de sua vida. Aos 75 anos, ele estava em pleno vigor, engendrava pianos, fazia arrojadas caminhadas, aceitava grandes desafios de Deus. Não há hora, não há tempo, não há idade para Deus chamar e desafiar você; e também para começar um novo projeto em sua vida. Deus pode começar uma obra extraordinária com pessoas de cabelos brancos e com a face marcada pelas rugas que o tempo esculpiu. Moisés começou seu ministério aos 80 anos. Winston Churchill tornou-se primeiro-ministro da Inglaterra, no turbulento período da Segunda Guerra Mundial, aos 70 anos de idade. Foi sua liderança firme que livrou a Inglaterra da avassaladora invasão de Hitler.
Em segundo lugar, Abraão é constituído pai de muitas nações sem ter um descendente (Gn 12.2). Aos 75 anos, Deus prometeu a Abraão que ele seria pai de uma grande nação. Abrão significa grande pai, mas Abraão significa pai de uma grande nação. Ele tinha nome, mas ainda não tinha filhos. Ele tinha a promessa, mas não a realidade. Abraão enfrenta quatro problemas para esperar: sua idade avançada; a esterilidade de sua mulher (Gn 11.30); a demora de Deus, pois haviam passado onze anos desde que Deus fizera a promessa do filho, e a escolha precipitada aos 86 anos, quando por sugestão de Sara, sua mulher, ele arranja um bebê com a escrava Agar (Gn 16.1-4). Talvez sua angústia seja a mesma que assaltou o coração de Sara. Você espera há muito tempo o cumprimento de uma promessa. Você espera há anos a conversão de seu marido, de sua esposa, de seus filhos, de seus pais. Os anos cor¬rem, e nada! Aquele problema que aflige sua alma fica cada vez pior. O filho da promessa parece cada vez mais distante. Cada regra, cada menstruação de Sara era uma espera impa¬ciente, até que ela entrou na menopausa, e Deus não cumpriu a promessa. Assim, Sara perdeu a paciência. Ismael, o filho de Abraão com Agar, foi a gestação da impaciência de Sara, e não a procura de Abraão.
Em terceiro lugar, Abraão tinha 100 anos de idade quando Isaque nasceu (Gn 21.5). O apóstolo Pulo diz que Deus "chama as coisas que não são, como se já fossem" (Rm 4.17). O corpo de Abraão já estava amortecido. Já havia passado para Sara a idade própria de ser mãe. Se isso não bastasse, Sara ainda era estéril. O bom senso dizia: "Impossível!". A razão gritava: "Não pode ser!". Mas a fé diz: "Tudo é possí¬vel!". Abraão esperou 25 anos desde a promessa até Isaque nascer. Será que teríamos condições de esperar uma promessa de Deus tanto tempo? Será que não teríamos sepultado essa promessa no túmulo de nossa incredulidade e desesperança? Abraão acreditava que a promessa de Deus não podia falhar. Ele confiava no caráter de Deus. Sua fé estava plantada no solo firme da promessa, e sua esperança estava posta no Deus que não pode mentir. O apóstolo Paulo escreve sobre Abraão: "Não vacilou por incredulidade, antes foi fortalecido na fé, dando glória a Deus" (Rm 4.20,21).
Em quarto lugar, Abraão é chamado a sacrificar Isaque quando este já tem 14 anos (Gn 22.1-27). Ao todo, são 39 anos desde o dia da promessa até o dia em que Deus pede Isaque de volta a Abraão. Agora, Abraão, de posse da promessa, escuta Deus lhe falando: "Abraão, agora desista; dê-me seu filho; renuncie-o; entregue-o a mim em sacrifício". Havia uma paciência tão grande em Abraão que ele acreditava que a promessa de Deus não poderia ser frustrada, que Deus ressuscitaria seu filho. Ele acreditava que nem a morte podia colocar limites ao poder de Deus. Acreditava que, quando andamos com Deus, a morte não tem a última palavra.

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