"E subiu Judá, e o Senhor lhe entregou na sua mão os cananeus e os perizeus; e feriram deles, em Bezeque, a dez mil homens. E acharam Adoni-Bezeque em Bezeque, e pelejaram contra ele; e feriram aos cananeus e aos perizeus. Porém Adoni-Bezeque fugiu, mas o seguiram, e prenderam-no e cortaram-lhe os dedos polegares das mãos e dos pés. Então disse Adoni-Bezeque: Setenta reis, com os dedos polegares das mãos e dos pés cortados, apanhavam as migalhas debaixo da minha mesa; assim como eu fiz, assim Deus me pagou. E levaram-no a Jerusalém, e morreu ali." (Juizes 1:4-7)
Nós poderíamos extrair do texto da Palavra de Deus em Juizes 1:4-7 uma grande lição concernente à Justiça de Deus ou amor ao próximo. Nunca deveríamos desejar ou fazer ao próximo aquilo que não queremos para nós mesmos.
O próprio Adoni-Bezeque reconhece no versículo 7: “...assim como eu fiz, assim Deus me pagou...”
Mas, o que na realidade nos chama a atenção, foi a forma como este homem, rei cananeu de Bezeque veio a se tornar um homem sem identidade, pois ele perdeu as suas digitais.
Adoni-Bezeque devia ser conhecido em todo o mundo daquela época. Cada cidade conquistada por ele era saqueada e como prova de seu poderio e crueldade recebia a sua marca registrada: o rei da cidade era humilhado e, provavelmente, diante de todo o povo tinha os seus dedos polegares das mãos e dos pés mutilados. Homem cruel, homem perverso!
Mas um certo dia Adoni-Bezeque conheceu o reverso da moeda. Ele conheceu a justiça de Deus! Da mesma forma que ele fizera, com setenta reis inimigos, Judá lhe fez: cortou seus dedos polegares das mãos e dos pés.
O opressor estava oprimido! O mutilador estava mutilado!
Quero chamar a sua atenção para o fato de que Deus nos dotou de individualidade. Cada um de nós somos um ser único neste mundo; por mais parecidos que dois irmãos gêmeos possam ser, há algo que os diferencia: as suas impressões digitais.
Todos nós quando retiramos o nosso Documento de Identidade (R.G.) deixamos registrados, em nosso prontuário, nossas impressões digitais que serão a nossa identificação civil e criminal.
Vocês se lembram de Jorgina de Freitas, a “famosa” fraudadora do INSS? Morava tranqüilamente na Costa Rica, com uma nova identidade e um novo rosto totalmente “plastificado”, mas, suas impressões digitais a condenaram. Ela era ela mesmo!!!
Quero transportar esta situação real, pela qual Adoni-Bezeque passou, para o âmbito espiritual. Quando aceitamos a Cristo como salvador pessoal, nos tornamos novas criaturas em Cristo (II Co 5:17) “...se alguém está em Cristo, nova criatura é..." Ganhamos uma nova identidade em Cristo, uma identidade espiritual.
Mas, hoje existem muitos filhos de Deus que, tal qual Adoni-Bezeque, perdem suas digitais, sua identidade; deixam que o inimigo corte-lhe os dedos dos pés e das mãos, ou seja, vivem no mundo totalmente alheios à sua incumbência de identificarem-se como sal da terra e luz do mundo (Mt 5:13,14) “...vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar?...vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte...”, como verdadeiros Filhos de Deus (Fp 2:15) “...para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo...”
Muitos não honram sua identidade, sua posição e iniciam um processo de degradação na vida espiritual que pode culminar com a sua completa perda de identidade.
Imaginemos como o inimigo age em nossas vidas, procurando cortar nossos dedos espirituais, ou seja, acabando com nossa identidade espiritual.
Para tanto, A PARTIR DA PRÓXIMA POSTAGEM, iremos tomar o exemplo de nossa mão: cinco dedos, cinco digitais, cinco características que nos identificam como Filhos de Deus.
Aí vai a conclusão do estudo de Adoni-Bezeque com os cinco dedos...
Como vimos, a forma de desmoralização e perda de identidade consistia em cortar os dedos polegares... por isso, devemos ficar alertas, porque nosso inimigo desejará cortar não somente nossos polegares "espirituais", mas sim todos os dedos. Mas tudo começa com o primeiro.
Primeiro dedo: oração
Cresci ouvindo de meu pastor a seguinte frase: “A oração é a alavanca que impulsiona a nossa vida para as vitórias”. E, sem sombra de dúvidas, é uma realidade.
Nós vemos isso manifesto nos grandes homens de Deus, como por exemplo Daniel que mesmo debaixo de um decreto real que impedia a oração à Deus, orava três vezes ao dia (Dn 6:10) “...e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças diante do seu Deus...”E porque não citar o nosso maior exemplo: Jesus, que mesmo sendo o Filho de Deus, mantinha íntima comunhão com o Pai e todos os dias de manhã bem cedo orava?( Mc 1:35) “...levantando-se de manhã, muito cedo, fazendo ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava...” O desejo de Deus para nossas vidas é que oremos sem cessar (I Ts 5:17) “...Orai sem cessar...”A oração é a “respiração da alma (sic)”é a nossa linha direta com Deus; por isso, quando negligenciamos a vida de oração, começamos a decair na vida espiritual. Não oramos antes nem depois das decisões e perdemos completamente a comunhão com o Pai Celeste. Se deixarmos isso acontecer, quando menos esperamos, perdemos a nossa primeira digital: a oração.
Isso culminará em um caminho aberto para a queda e perda de toda nossa identidade.
Sem vida de oração, o crente se encaminha para perder o seu segundo dedo. SEGUNDO DEDO: DEVOCIONAL (leitura da Palavra)Grandes homens de Deus nos ensinam sobre a importância da vida devocional, da leitura da Palavra de Deus. Paulo exorta Timóteo a persistir na leitura da Palavra. (I Tm 4:13)“...persiste em ler...”Lendo a Palavra de Deus e guardando-a em nosso coração, vamos evitar o pecado (Sl 119:11) “...escondi a Tua Palavra no meu coração, para eu não pecar contra Ti...”
A Palavra de Deus tem o poder Divino de penetrar os corações, sondá-los e revelar os pecados ocultos nos corrigindo e nos instruindo (II Tm 3:16)“...Toda a Escritura é Divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça...”Sem ler a Bíblia, sem ter as leis de Deus no coração, o homem perde dois dedos, duas digitais e parte rumo a perda do terceiro dedo que é a falta de comunhão.
TERCEIRO DEDO: COMUNHÃOSem vida de oração e de leitura, o crente perde o ânimo, não busca mais orientação em Deus, não tem a direção da Palavra e não tem mais desejo de ter comunhão; nem com o Pai e nem com os irmãos (Sl 84:10 e 122:1)“...porque vale mais um dia nos teus átrios do que mil...alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor...”Este desejo intenso de estar na casa de Deus desaparece pois o prazer de estar em comunhão dá lugar a uma apatia em estar em um ambiente onde todos buscam e falam sobre Deus.
Já não liam mais a Bíblia, agora sequer ouvem.
Não ouvindo, partem para o quarto passo: perdem a fé
QUARTO DEDO: FÉA fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10:17)“...a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus...”Desiludidos completamente, sem orar, sem ler, sem ouvir e sem fé, o homem torna-se presa fácil do inimigo, entregando-se ao mundo. O crente passa a duvidar das promessas e da provisão de Deus, passando a agir pelo impulso e pela carne. Isso o levará à completa perda de identidade, pois o crente perde o último dedo: o dedo do testemunho
QUINTO DEDO: TESTEMUNHO
Deixam de resplandecer a luz de Cristo. O crente chega na triste situação de perder toda a sua identidade espiritual, mistura-se na multidão, deixa-se levar pelo curso deste mundo.
Por isso, o Apóstolo Paulo nos diz em I Co 11:30: “...há muitos fracos e doentes e muitos que já dormem...”
Vamos aprender com a história de Adoni-Bezeque e lutemos para não deixar que o inimigo corte nossos dedos e venhamos a perder nossos galardões (II Jo 8):“Olhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganho, antes recebamos o inteiro galardão”
Nenhum comentário:
Postar um comentário