terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Os decretos eternos de Deus e a doutrina da eleição

Não seria presunçoso pensar que o homem pode discutir os Decretos Eternos de Deus? Assim, não seria a tentativa de formular uma doutrina da Predestinação algo a ser condenado sem hesitação, mesmo tê-la iniciado?

A própria história da doutrina da Predestinação ensina-nos que com a questão dos Decretos Divinos adentramos a zona de perigo, na qual a fé pode sofrer severos danos e onde o pensamento teológico facilmente pode se perder no erro desastroso. Contudo, a tentativa não pode ser renunciada, não porque o testemunho da revelação nas Escrituras chama nossa atenção para isto, convida-nos à consideração teológica.

Quando Deus se revela, revela a eternidade: A Origem eterna e o Fim eterno, aquilo que “era” antes de toda história, e aquilo que será por trás, ou depois, de toda história, esta dupla eternidade, entre a qual se apóia nossa existência histórica terrena como uma ponte suspensa entre dois pilares, sustentada por elas como um balanço no ar sobre o abismo do Nada.

Jesus Cristo veio a fim de revelar esta eternidade, e para integrar nossa vida na dimensão desta dupla eternidade, para que nossa vida não se perdesse do nada. À parte deste fundamento na eternidade e deste alvo na eternidade, toda história da humanidade é um mero nada. Sem este firme fundamento em nossa Origem eterna, e sem o firme alvo na eternidade no fim dos tempos, o homem literalmente vive “por um dia”. Sua vida termina sobre a superfície do finito.

Não é apenas a fé cristã que coloca a vida humana – e a vida como um todo – na dimensão da eternidade. Isto também ocorre nas religiões não-cristãs. Mesmo a filosofia de Platão ensina que o homem busca e encontra sentido na eternidade. Onde a eternidade é concebida a partir do limite humano, não há evento decisivo, nem evento algum que nos une à eternidade, há meramente idéias que concebem o infinito, a verdade eterna, e em assim fazendo coloca em contraste o Infinito e o Eterno, como verdadeiro Ser, com aquilo que é simplesmente temporal e transitório. Eventos temporais com a qualidade de um “tempo de decisão” só existem onde a própria eternidade entrou no tempo, onde o Logos que se fez Homem se perde no temporal, sua origem e seu fim eterno, e faz disto o objetivo de sua decisão de fé. Só através desta revelação da eternidade nossa própria história adquire uma participação na eternidade.

Na revelação cristã da eternidade, porém, meus olhos estão abertos para perceber a verdade que Deus, Meu Senhor, me observa desde toda a eternidade, com olhar fixo do amor eterno, e, portanto, essa minha existência e vida pessoal individual agora recebem um sentido eterno. O chamado a mim dirigido por meio de Jesus Cristo desde a eternidade de Deus para a comunhão eterna com Ele – este é o Evangelho de Jesus Cristo. Como, então, não podemos não ver que esta mensagem da eleição é a mesma tal como as boas novas de “filiação” e do Reino de Deus?

Quão terrível e paralisante é todo discurso sobre Predestinação, sobre um decreto de Deus, pelo qual tudo que está para acontecer já foi estabelecido desde toda a eternidade.

Se tudo está predestinado pelo decreto Divino, como poderia qualquer corte de apelação ser responsável por este acontecimento senão Aquele que a tivesse predeterminado. Se tudo está predeterminado, o mal bem como o bem, a impiedade bem como a fé, o inferno bem como o céu, “ser perdido” bem como “ser salvo”, se é predeterminado, pelos decretos eternos de Deus, que não apenas o destino temporal, mas também o eterno, dos homens está determinado desigualmente, de maneira que alguns desde a eternidade, estão destinados à morte eterna e outros a vida eterna – é possível chamar o One que promulgou este decretum horrible de Pai amoroso de todos os homens? Se este decreto oculto de Deus está por trás da revelação de Jesus Cristo, que significado teria o chamado da fé, ao arrependimento, e a confiança agradecida? Esta doutrina não ameaça todo sentido da mensagem do amor de Deus, e a seriedade da decisão da fé?

Teólogos Reformados freqüentemente fazem uma distinção entre um decreto da Criação e um decreto da Eleição. O mundo existe porque Deus o deseja. O mundo é como é porque Deus o quer assim. Por isso é a expressão, a manifestação, a revelação, de Seu pensamento e vontade. Porque o pensamento, o pensamento de Deus, a sabedoria de Deus, está em sua fundação, nele existe uma ordem que pode ser claramente percebida. Eis o porquê é acessível ao conhecimento, por que tem um aspecto racional lógico. Para usar a linguagem dos antigos, é “compreensível a razão”. Mas porque foi criado pela livre vontade do Deus é “contingente”, não necessário. A idéia da contingentia mundi só veio a ser objeto para a filosofia através do Cristianismo.

Esta é a primeira grande diferença entre a teoria grega do cosmos e a doutrina cristã da Criação. Para o pensador filosófico grego o Cosmos não é apenas acessível à razão mas é racional, porque não foi criado por meio da vontade de Deus, mas porque procede, com infinita necessidade, do Logos Eterno.

A segunda diferença fundamental entre a idéia do Cosmos e a idéia da Criação está associada a uma idéia que à primeira vista parece ser um elemento comum para ambas: o Logos. O Cosmos está permeado pelo Logos, surge o Logos. Este Logos é o último, a pressuposição fundamental do pensamento. É o princípio necessário do pensamento necessário, por isso é o firme apoio para o todo da filosofia. Mas a idéia bíblica da Criação está baseada sobre um Logos diferente, sobre aquela Palavra que “estava no princípio”, sem a qual nada foi criado, e é idêntica com o Filho de Deus.

Nesta relação a verdade que já vimos adquire nova significância, que o mundo, é verdade, foi criado através do Filho, mas não pelo Filho, que foi criado nele e para Ele, mas Ele mesmo jamais é chamado de Criador. Agradou a Deus criar o mundo no Filho, por meio do filho, e para o filho.

A criação do mundo está associada ao decreto da Eleição pelo fato de que o mediador de ambos é o Filho, o Filho a quem Deus “amou antes da fundação do mundo”. Ele é o Filho-Logos, que, como o Encarnado, dá-nos tanto conhecimento da Eleição como o conhecimento de que o mundo foi criado pelo Filho, no Filho e para o Filho. A Criação está subordinada à Eleição, não está coordenada com ela nem superordenada acima dela. O caminho da verdade procede da revelação histórica à Eleição eterna, e só através dessa à Criação. Isto é de importância decisiva para a compreensão da própria Eleição.

A primeira verdade que a doutrina da eleição contém não é a eleição geral, um i”decretum generale”, como a fórmula dos teólogos está expressa em palavras – dubiamente – o qual é então seguido pelo “decretum speciale” da Eleição pessoal. Na bíblia, mais enfaticamente, este não é o sentido no qual a Eleição é mencionada. Pois, esta ordem de idéias está fundamentada na idéia errada da fé. No Novo Testamento fé não está direcionada a algo geral, mas a algo pessoal. Fé é o encontro entre eu, enquanto indivíduo, e Jesus Cristo; não é uma declaração geral, numa doutrina. O indivíduo é por Ele “resgatado do poder das trevas”, da ira de Deus, e é elevado ao plano da filiação, penetrando no background da eternidade; experimenta e ouve a palavra da Eleição eterna. O ser humano enquanto o “indivíduo que é chamado” possui sua relação direta com o Deus que “elege”, e com Sua vontade, da qual procede tudo mais. A verdade da Eleição não é o resultado de uma dedução de uma declaração geral; a fé é, e permanece – mesmo onde seu conteúdo seja a eleição eterna – uma relação direta, imediata, que é o exato oposto de uma teoria geral.

A fé possui este caráter por causa da sua origem. Só isto é o ponto de partida, para isto tudo deve ser submetido, se - em contraste com aquilo que os teólogos chamam de “predestinação” - queremos compreender o que a Bíblia pretende por Eleição.

A Eleição acontece por meio do fato de que o amor de Deus adentra a maldição que a humanidade pecadora trouxe sobre si. Na Cruz de Cristo esse “não obstante” do Amor Divino acontece, de modo que não é o pecador que é aniquilado, mas a maldição do pecado que separa o homem de Deus.

O Novo Testamento não contém um traço daquele todo complexo de problemas associados com a doutrina da Predestinação, lidando especialmente com a liberdade moral e com a responsabilidade. Assim os problemas tormentosos e insolúveis levantados por uma crença errônea – Predestinação – por exemplo, como podem co-existir pré-ordenação e liberdade, Predestinação e responsabilidade? - não só não constitui qualquer problema para o Novo Testamento, mas são considerados como verdades que são unidas natural e inseparavelmente.

Outra má compreensão sobre a doutrina da Eleição que deve ser abordada é sobre a questão: Quem elege e quem é eleito? Todas as vezes a resposta é Jesus Cristo.

Contudo, não podemos aceitar esta visão: que o Sujeito da Eleição Eterna é Jesus Cristo. Onde o Novo Testamento fala da eleição eterna do fiel em Jesus Cristo, o Sujeito da Eleição é somente, e sem exceção, Deus. Jesus Cristo é o Mediador da Eleição, como Ele é mediador da Criação. Nele, através Dele, mas não por Ele somos eleitos. Onde o Filho está, há eleição; mas onde o Filho não está não há eleição. Mas, o Filho só está presente onde há fé, por isso no Novo Testamento os “eleitos”, e apenas eles, são aqueles que crêem. Por causa só a fé é decisão na qual o prêmio é a salvação ou a ruína.

Casualidade - Existem alguns reformadores que entendem o homem como um mero objeto da Graça, e assim a fé simplesmente como obra da Graça divina. A relação pessoal entre Deus e o Homem se tornou uma relação casual: Deus a causa, a fé o efeito. O postulado foi declarado: Aquilo que conhecemos como fé é apenas o efeito da graça divina como causa, sem requerer qualquer adicional, quer a aplicação da idéia causal para a relação pessoal entre “Palavras de Deus e Fé” seja qualquer maneira permissível ou possível.

Esta visão errada da fé, porém, também afetou o entendimento da Eleição. Eleição, então, veio a ser “determinação”. Através da eleição eterna o homem está determinado, sua sorte foi fixada.

O Conceito de Eternidade – Tão devastador em seu efeito como a introdução da idéia da casualidade foi a introdução de uma idéia errada da Eternidade. A Eleição eterna foi entendida teoricamente como o veredicto de Deus pronunciado antes de todas as épocas, e em assim fazendo foi igualmente arrancado da esfera da relação pessoal.

A compreensão bíblica do Tempo está intimamente ligada à compreensão do pessoal. Portanto, é radicalmente diferente do conceito físico e metafísico do Tempo. Por isso, na verdade, Tempo não é simplesmente contrastado com Eternidade; tem em si mesmo uma parte na Eternidade.

Assim, a Eleição eterna é algo totalmente diferente de uma decisão que foi feita sobre nós, há muito tempo. A Eleição eterna é antes aquela que Jesus Cristo torna “Evento” no Templo. A Eleição eterna significa que a Palavra do Amor de deus que agora me alcança em Jesus Cristo, alcança-me fora da Eternidade, que decorre “antes” da minha existência, e minha decisão, como aquilo que a torna possível.

Outra má compreensão que deve ser descartada, é a doutrina de uma “dupla Predestinação”. Junto com a idéia de Eleição, nasceu ali, antes de tudo, a visão de que Aquele que elege distingue certos indivíduos de um dado número, e assim alcançamos a idéia de “seleção”. Mas esta idéia de seleção não deveria ser entendida pretender que Deus deseja estar assim restrito, ao receptador de Sua graça e Sua escolha. O “escolhido” é simplesmente o substrato da liberdade divina.

Com o passar do tempo, esta identidade do “ser eleito” e “fé”, que é óbvia no Novo Testamento, não foi entendida. Quando “fé” e “eleição” foram separadas da esfera “pessoal”; quando “fé” teve que vir a significar declaração doutrinária teórica, desde que fé não mais foi entendida como um encontro “Eu-Tu”, mas como “verdade” na terceira pessoa, esta correlação de eleição e fé foi quebrada, a conditionalis divinus que ela contém foi ignorada, e como substituto ali foi postulado um Numerus teórico. Foi neste ponto que a doutrina manifestou que “alguns” são eleitos desde toda a eternidade, e “outros” não.

Usos & Costumes

Vestimenta

Algumas denominações dão um valor excessivo ao chamado Uso & Costume, a ponto de excluir do rol de membros irmãos que não se enquadram na visão dos seus fundadores ou teólogos. À luz da Bíblia é impossível afirmar que a mulher ou o homem não deve usar determinada vestimenta.

O homem no princípio de sua existência andava nu, Gn 2.25. As primeiras roupas que usou eram feitas de peles de animais, Gn 3.21. Subseqüentemente os materiais empregados no fabrico de vestimentas eram a lã, Gn 31.19; Lv 13.47; Jó 31.20, o linho, Ex 11.31; Lv 16.4, o linho fino, Gn 41.42, e finíssimo, Lc 16.19, a seda, Ez 14.10,13; Ap 18.12, o saco de cilício, Ap 6.12, e as peles de camelo, Mt 3.4.
As peças essenciais dos trajes do homem e da mulher eram duas: Uma túnica, espécie de camisa de mangas curtas, chegando até aos joelhos, Gn 37.3; 2Sm 13.18, às vezes tecida de alto a baixo e sem costura, Jo 19.23, 24, cingida por um cinto; eram iguais para ambos os sexos, a diferenciação estava no estilo e na forma de usá-las.
Outra peça consistindo em um manto, Rt 3.15; 1Rs 11.30; At 9.39, feito de um pano de forma quadrada, guarnecido de fitas, Nm 15.38; Mt 23.5. Punha-se sobre o ombro esquerdo, passando uma das extremidades por cima ou por baixo do braço direito.
A parte inferior do baixo manto chama-se orla, Ag 2.12; Zc 8.23. As vestes dos profetas eram de peles de ovelhas, ou de cabritos, 2Rs 1.8; Zc 3.4; Hb 11.37, e também de peles de camelo, Mt 3.4.
Outra peça de roupa era às vezes usada entre a túnica e a manta, por pessoas de distinção, e oficialmente pelo sumo sacerdote, Lv 8.7; 1Sm 2.19; 18.4; 24.4; 2Sm 13.18; 1Cr 15.27; Jó 1.20. Era uma veste comprida sem mangas, apertada na cinta. Os cintos serviam para facilitar os movimentos do corpo e eram feitos de couro, linhos crus ou finos, 2 Rs 1.8; Jr 13.1; Ez 16.10, muitas vezes bem elaborados com decorações artísticas, Ex 18.39; 39.29; Dn 2.5; Ap 1.13.
A espada era levada à cinta e o dinheiro também, Jz 3.16; 1Sm 25.13; Mt 10.9. Fora de casa traziam sandálias, sapato rudimentar, feitas com uma sola de madeira ou de couro, Ex 16.10, apertadas aos pés nus por meio de correias, passando pelo peito do pé e à roda dos artelhos, Gn 14.23; Is 5.27; At 12.8.
O povo comum andava com a cabeça descoberta. Às vezes traziam turbantes, Jó 29.14; Is 3.20; Ez 23.20. O véu era usado pelas mulheres em presença de pessoas estranhas, Gn 24.65; Ct 5.7, se bem que muitas vezes elas saíam com as faces descobertas, Gn 24.16; 26.8.

Os santos são sensíveis à voz do Espírito Santo e antes de usar determinadas vestes, procuram conhecer a vontade de Deus. Não é conveniente ao homem usar roupas sabidamente femininas.

As mulheres devem vestir-se com sabedoria visando apenas a edificação do próximo, jamais, despertar a sensualidade ou desejos lascivos. Vestes transparentes, decotes profundos, saias e blusas curtas, calças apertadas (justas) e toda a espécie de roupas que mostram ou marcam o corpo despertando a sensualidade devem ser rejeitadas. É preciso cuidado com os extremos, o uso de vestidos e saias cobrindo os tornozelos, blusas com mangas até os pulsos e golas à altura do pescoço; não é sinal de santidade, geralmente desperta a rejeição no próximo impedindo que exalemos o bom perfume de Cristo.

O uso de roupas de "marca" ou "etiqueta" de modo geral é um canal aberto para o devorador (são caríssimas) e que desperta no coração a vaidade. Basicamente, quem usa uma roupa de griffe o faz para que o próximo veja. A moda não é feita para o povo de Deus, que devem optar pela simplicidade de aços, a exemplo de nosso Senhor.

"Quero também que as mulheres sejam sensatas e usem roupas decentes e simples. Que elas se enfeitem, mas não com penteados complicados, nem com jóias de ouro ou de pérolas, nem com roupas caras! Que se enfeitem com boas ações, como devem fazer as mulheres que dizem que são dedicadas a Deus!" 1 Tm 2:9,10

Jóias e Maquiagem

O uso de jóias e bijuterias não é errado, no entanto, é preciso que sejam sensatos. Os servos de Deus não deve assemelhar-se à uma "perua". A ostentação é um pecado.
O uso de maquiagem não é condenado por Deus, no entanto, às mulheres precisam ser sensíveis ao Espírito e não optar por nada demasiadamente pesado. O equilibro se aplica também a esta área.

"Não procure ficar bonita usando enfeites, penteados exagerados, jóias ou vestidos caros." 1Pe 3.3

Finalizando, medite:
"Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam. Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem." 1Co 10.23,24

Calvino, Armínio ou a Bíblia?

Um dos principais debates entre teólogos e crentes em geral gira em torno da soberania de Deus, da predestinação e do livre-arbítrio.
É comum ouvir expoentes defendendo o calvinismo e o arminianismo como verdades absolutas, dando a entender que a Bíblia pode ser manipulada a bel-prazer, a fim de ajustar-se a um sistema de interpretação.
Uns preferem aderir à perigosa neutralidade: "Isso é uma questão de interpretação. A Bíblia apóia tanto um quanto o outro. Essa questão não deve nos dividir".
Entretanto, alguém (ou ambos?) com certeza está errado ou enganado nessa discussão, haja vista não podermos nos apegar à falaciosa idéia de que a Palavra de Deus pode ser interpretada segundo o que pensamos.
Quer dizer, então, que uns podem se simpatizar com Calvino; e outros, com Armínio, certo? Todas as passagens da Bíblia que contrariam a um e a outro podem ser adaptadas a um ou a outro sistema de interpretação, a fim de satisfazer a todos? Que engano! A Bíblia não se amolda à lógica e ao pensamento humanos. Ela é a Palavra de Deus! E é ela que deve nos guiar (Sl 119.105).
Tenho observado que, quando alguém discorda de um ou de outro sistema, automaticamente é tachado disso ou daquilo. “Ah, você não crê no calvinismo? Então você é arminiano?”, dizem. Ou vice-versa...
Mas é bom que paremos com isso e aceitemos as verdades da Palavra de Deus como elas são.
O que ensina o calvinismo?
Este sistema de interpretação — baseado na teologia de Calvino — prega a predestinação incondicional, teoria pela qual se defende cinco pontos principais:
Eleição incondicional. Deus teria escolhido certos indivíduos para a salvação, antes da fundação do mundo. Tais eleitos, de modo soberano, são conduzidos a uma aceitação voluntária a Cristo. Quanto aos não-eleitos, já estariam condenados ao sofrimento eterno desde o útero!
Expiação restrita. A obra expiatória de Cristo teria sido realizada apenas em prol de alguns eleitos, e não por toda a humanidade.
Graça irresistível. O calvinismo afirma que o Espírito Santo chama os eleitos internamente, em seus corações, e os leva à salvação. Tal chamado não estaria limitado ao livre-arbítrio; é o Espírito quem, pela graça, conduz o eleito a crer e se arrepender.
Incapacidade total. Em decorrência do pecado, o homem teria perdido a capacidade de crer no evangelho. Ele possui a faculdade da volição, o livre-arbítrio, porém a sua vontade não é livre, na prática, haja vista estar presa à sua natureza decaída.
Impossibilidade de perda da salvação. Todos os escolhidos por Deus, pelos quais Jesus teria morrido, estariam eternamente salvos, haja o que houver. Eles, por conseguinte, perseverarão até o fim, não por sua própria vontade, mas por obra do Espírito Santo em seus corações.

E o arminianismo, o que ensina?
Este sistema — baseado nas interpretações de Armínio — afirma que, apesar de o pecado ter afetado seriamente a natureza humana, o homem não foi deixado em um estado de total impotência espiritual. Para ele, a eleição de certos indivíduos baseia-se na presciência de Deus, conhecimento prévio de que os eleitos corresponderão ao seu chamado. Acreditava que a obra de Cristo não assegurou efetivamente a salvação de ninguém.
É claro que calvinismo e arminianismo têm razão em alguns pontos que defendem — talvez um tenha mais razão do que o outro. Entretanto, se você, caro internauta, está se firmando na teologia desses homens falíveis, receio que esteja em um terreno movediço. Se você tem travado longos debates (como tenho visto em comunidades do Orkut, em blogs, etc.) para defender o pensamento deles, esqueceu-se de que “... toda carne é como erva, e toda a glória do homem, como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; mas a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada” (1 Pe 1.24,25).

O que a Bíblia diz sobre a eleição para a salvação?

Segundo a Palavra de Deus, tal escolha foi, primeiramente, coletiva. Deus elegeu em Cristo o seu povo (Ef 1.4,5; 1 Pe 2.9). Daí Jesus ter dito: “... edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Isso significa que o Corpo de Cristo foi escolhido antes da fundação do mundo.
Não houve uma eleição de uns indivíduos para a salvação e de outros para a perdição. E não venham me chamar de arminiano! Esta série de artigos é uma exposição do que está escrito nas páginas sagradas! Antes de me tacharem disso e daquilo, confiram o que a Bíblia diz à luz do contexto.
Então não existe eleição individual? Na verdade, o plano de salvação abrange todos os indivíduos que vão sendo incluídos na Igreja por meio da fé na obra de Cristo, como lemos em Atos 2.47: “... acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (ARA). A Igreja (como Corpo de Cristo) já foi eleita, porém ainda há lugar para mais pessoas, indivíduos, nesse Corpo: “... quem quiser tome de graça da água da vida” (Ap 22.17).
Jesus enfatizou que a eleição individual ocorre, mas para quem aceita o seu chamamento geral para a salvação (Mt 11.28-30). Ao afirmar que “... muitos são chamados, mas poucos, escolhidos”, Ele revelou que, das multidões que ouvem o evangelho, apenas uma parte o segue (Mt 22.14).
De acordo com Efésios 1.5, o Senhor “... nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade”. No entanto, quando os indivíduos se tornam efetivamente filhos de Deus e parte integrante do povo eleito? A resposta está em João 1.12: “... a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome”.
A Palavra de Deus menciona também uma eleição individual para o ministério. Ela nada tem que ver com a eleição geral para a salvação. Paulo afirmou que Deus o separou desde o ventre de sua mãe e o chamou pela sua graça (Gl 1.15). O mesmo aconteceu com Davi (Sl 22.10), Jeremias (1.5), Isaías (49.1) e João Batista (Lc 1.15). Contudo, essa escolha soberana do Senhor para o santo ministério não interfere em seu desejo de salvar a todos os seres humanos (1 Tm 2.4).
Essa eleição individual também não exclui o livre-arbítrio, uma vez que os homens de Deus mencionados podiam desobedecer à chamada divina. Paulo deixou claro isso ao contar o testemunho de sua conversão ao rei Agripa: “E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me falava e, em língua hebraica, dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? (...) Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial” (At 26.14-19). E se o apóstolo tivesse desobedecido à visão?
Em Romanos 8.29,30, está escrito que Deus predestinou para a salvação aqueles que conheceu por antecipação. Mas, que o Senhor não conheceu antes da fundação do mundo? Todos nós fomos conhecidos quando ainda éramos pecadores (Rm 5.8). E, como veremos, à luz das Escrituras, Ele predestinou, em Cristo, toda a humanidade para a salvação (Rm 11.32; 6.23; 2 Pe 3.9). O Senhor não se vale de sua presciência para salvar ou condenar alguém. Ele sabia que Judas era “um diabo”; mesmo assim, chamou-o para fazer parte dos doze apóstolos (Jo 6.70).
Deus sempre soube o fim antes do começo (Is 46.10). Contudo, isso não significa que Ele tenha destinado de antemão uns à salvação e outros à perdição. A predestinação está relacionada com o plano redentor idealizado por Deus, o qual se estende a todos os seres humanos que crerem no Senhor Jesus (Jo 3.16).
Por sua presciência, Deus conhece os que o rejeitarão. Mesmo assim, não interfere, uma vez que dotou o ser humano de livre-arbítrio; Ele não viola esse princípio. Embora essa faculdade esteja grandemente prejudicada pelos efeitos deletérios do pecado, o homem tem, sim, como veremos, a capacidade de escolher entre o bem e o mal. Ele não é um ser autômato, um robô, um fantoche, mas um ser responsável por seus atos.

" Eu sou a porta;se alguem entrar por mim, Salvar-se-á".(Jo. 10:9).

Na terceira parte desta série que visa a enfatizar o que a Bíblia diz sobre eleição, predestinação e livre-arbítrio, procurarei responder a três perguntas, todas à luz da Palavra do Senhor e considerando não só o contexto imediato de cada passagem empregada, mas também o contexto remoto, abrangente, haja vista as Escrituras interpretarem e confirmarem as próprias Escrituras.
Deus é justo? Sim. Em Atos 10.34, vemos que Ele não faz acepção de pessoas. Abraão até ousou perguntar-lhe: “Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” (Gn 18.25). O Justo Juiz, pois, negaria a sua justiça condenando indivíduos ao inferno antes da fundação do mundo?
No Areópago, em Atenas, Paulo anunciou que o Senhor deseja que toda a humanidade se arrependa, pois haverá um juízo para todos os homens (At 17.30,31). Isso significa que todas as pessoas estão predestinadas à salvação. Mas, para receber essa bênção, o homem precisa se arrepender dos seus pecados e crer que o único Mediador é Jesus Cristo (Mc 1.15; 1 Tm 2.5). O nosso Salvador “... quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2.4).
Ninguém pode negar que Jesus morreu por todos os seres humanos. Está escrito na Bíblia que Jesus “... é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (1 Jo 2.2). E esse “todo o mundo” não é uma alusão a alguns privilegiados eleitos. Não! Deus, em seu plano, desejou salvar a “todos os termos da terra” (Is 45.22). É pelo fato de Jesus ter morrido por todos (Hb 2.9) que o Espírito Santo convence o mundo, e não alguns escolhidos (Jo 16.8-11).
Se a teoria calvinista extremada da predestinação fosse verdadeira, não haveria necessidade de pregarmos o evangelho, visto que os não-eleitos jamais seriam salvos, mesmo que ouvissem as boas novas de salvação!
Entretanto, Jesus mandou pregar e ensinar a todos, em todo o mundo (At 1.8; Mt 28.19). Em Marcos 16.16, o Senhor afirmou: “... quem não crer será condenado”. Ele não teria dito isso se de fato tivesse ocorrido uma eleição incondicional e arbitrária antes que o mundo existisse.
Deus é amoroso? Sim. A Palavra do Senhor salienta que o seu amor é infinito e ilimitado (Jo 3.16; Rm 5.7,8). Jesus quer salvar os piores pecadores! Ele os vê como ovelhas que não têm Pastor (Mt 9.36). “Desejaria eu, de qualquer maneira a morte do ímpio? Diz o Senhor Jeová; não desejo, antes, que se converta dos seus caminhos e viva?” (Ez 18.23). Como poderia ter condenado de antemão aqueles a quem Ele mesmo deseja salvar?
Em João 6.51, a mensagem de Jesus foi ainda mais clara: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer desse pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo”. Observe: Jesus ofereceu-se em sacrifício pela vida do mundo. E, quando alguém crê nEle, recebe a vida eterna (Jo 3.36). A Palavra de Deus diz ainda: “... se um morreu por todos, logo, todos morreram” (2 Co 5.14).
Existe livre-arbítrio? Sim. Os seguidores do calvinismo extremista — um evangelho teologicocêntrico, e não biblicocêntrico — afirmam que o livre-arbítrio ficou praticamente sem efeito depois da entrada do pecado no mundo. Contudo, as Santas Escrituras mostram que Deus, em todas as épocas, antes e depois da entrada do pecado no mundo, respeitou as decisões humanas.
Nos dias de Moisés, Josué e Elias (muito tempo depois da Queda), vemos como Deus desejava que os homens fizessem escolhas: “... te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua semente”; “... escolhei hoje a quem sirvais...”; “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o” (Dt 30.19; Js 24.15; 1 Rs 18.21).
Em Isaías 1.18, Deus convidou os pecadores a argüi-lo, a fim de que recebessem o perdão de seus mais terríveis pecados, porém deixou claro que respeitaria as suas decisões: “Se quiserdes, e ouvirdes, comereis o bem desta terra. Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada, porque a boca do Senhor o disse” (Is 1.19,20). O salmista escolheu o caminho da verdade (Sl 119.30) e, sem duvidar, teve segurança para fazer este pedido a Deus: “Venha a tua mão socorrer-me, pois escolhi os teus preceitos” (v. 173).
Em Apocalipse 22.17, no último livro da Bíblia, a água da vida não é oferecida a alguns eleitos para a salvação. Não! Jesus a oferece a quem tem sede e quer tomá-la de graça! Aleluia! Outrossim, o Senhor se importa com aqueles que invocam o seu nome (At 2.21). Por isso, ao pregar a Palavra de Cristo na casa de Cornélio, Pedro afirmou: “A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome” (At 10.43).

"Homens de dura cerviz e incircuncisos de corações e ouvido, Vós sempre resistis ao Espirito Santo..." (At.7:51).

Uma das questões que geram mais debates entre calvinistas e arminianos gira em torno da graça de Deus para a salvação do ser humano. Seria ela irresistível? Teria o pecador como resisti-la?
Para os predestinalistas, posto que todos os "eleitos" já foram designados de antemão, a graça para eles é irresistível; não lhes pertence decidir se a receberão ou não. Quanto aos outros, já estão condenados antes da fundação do mundo. Mas o arminianismo contesta isso, embora valendo-se de alguns argumentos extremistas, supervalorizando a cooperação humana, e quase que invalidando e neutralizando a graça de Deus.
Nesta quarta parte, consideraremos, de maneira sucinta e objetiva, o que a Palavra de Deus diz sobre a ação graciosa do Espírito Santo ao convencer o pecador do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11).
Segundo a Bíblia, não existe graça irresistível, pois o homem pode, sim, recusar-se a aceitar o chamamento do Senhor (Hb 3.12; 12.25; At 7.51; 13.46). As Escrituras afirmam que Deus está conosco enquanto estivermos com Ele; se o deixarmos, também nos deixará (2 Cr 15.2). Em Hebreus 3.15, está escrito: “Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como na provocação”.
Mas ai daqueles que resistem à graça. Não serão condenados por estarem predestinados ao Inferno. Antes, serão lançados no Lago de Fogo por resistirem ao Espírito da graça: “De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?” (Hb 10.29).
Os seguidores do calvinismo extremista se apegam a passagens isoladas, como João 6.37,44 e 10.29, para afirmar que apenas alguns eleitos são encaminhados pelo Pai a Jesus. Na verdade, tais passagens mostram, à luz do contexto, que até para aceitar a chamada para a salvação, o ser humano precisa de capacitação divina. É Deus quem concede a fé quando o pecador ouve a Palavra (Rm 10.17); e é Ele quem dá a possibilidade de arrependimento (At 11.18). A salvação é pela graça de Deus (Ef 2.8,9).
Não há méritos humanos na salvação. Ninguém pode se gloriar: “Eu sou salvo porque tive fé” ou “Sou regenerado porque eu me arrependi”. Deus pôs na alma humana três faculdades: sentimento, intelecto e vontade. Por elas o homem pode ouvir a mensagem do evangelho, sentir suas misérias e crer para a salvação (Rm 10.9,10; Lc 15.17-19). Em outras palavras, Deus indica o caminho (Jo 14.6) e provê os meios de o homem entrar por esse caminho. E cada indivíduo, de posse desses meios, escolhe entre a vida e a morte (Mt 7.13,14).

Na quinta parte desta série discorro sobre a segurança da salvação e examino o emblemático bordão “Uma vez salvo, salvo para sempre”.
Os que se apegam ao ultra-arminianismo entendem que a salvação é perdida por qualquer motivo, enquanto os hiper-calvinistas crêem na impossibilidade da perda de salvação. Ambos estão errados, à luz da Bíblia.
Esclareço que não sou arminiano, tampouco inimigo de Calvino. Uma das estratégias dos predestinalistas é dizer logo, apressadamente, acerca de quem se opõe às suas idéias: “Fulano é arminiano”, na tentativa de tirar dele a autoridade. Mas o que exponho neste artigo é o que está escrito na Bíblia. E o meu desejo é que todos reflitam à luz da Palavra de Deus, em vez de pensarem que eu quero convencê-los da “minha verdade”.
Bem, a despeito de não perdermos a nossa convição de vida eterna por qualquer motivo, a permanência consciente no pecado pode sim levar-nos à perda da salvação (Pv 29.1; Hb 10.29), uma vez que a segurança dela depende de nossa cooperação (1 Tm 4.16).
Está escrito na Bíblia: “Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado, o qual também recebestes e no qual também permaneceis; pelo qual também sois salvos, se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado, se é que não crestes em vão” (1 Co 15.1,2). Observe como a manutenção da nossa certeza da salvação está condicionada à obediência ao evangelho verdadeiro (2 Co 11.3,4; Gl 1.8).
Em Mateus 23.37, Jesus disse: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!” Note que o Senhor Jesus quis ajuntar os filhos de Jerusalém, porém eles não quiseram que Ele assim o fizesse. Isso não é uma evidência de que o Senhor respeita a livre-vontade humana?
Como já vimos nesta série, nenhuma pessoa foi destinada de antemão à condenação (Is 50.2; Ez 18.32). A Bíblia menciona a possibilidade de alguém negar o Senhor que os resgatou (2 Pe 2.1) e perder a salvação: “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro” (v.20).
Isso significa que as pessoas resgatadas, isto é, compradas, purificadas pelo sangue de Jesus, justificadas, regeneradas, santificadas e libertas, se não guardarem o que têm recebido do Senhor, serão condenadas! Veja: “... melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado” (2 Pe 2.21). Se tais pessoas nunca foram salvas de fato, como isso pode ser dito acerca delas? Como seriam culpadas do seu desvio, se desde o iníncio estavam destinadas à perdição, como afirmam os predestinalistas?
Aos que se desviam da verdade o Senhor dá tempo para que se arrependam (Ap 2.20,21). Alguns salvos em Cristo, resgatados, infelizmente têm apostatado da fé, “... dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4.1). E não pense que esse texto se refere aos ímpios. Não! Pois eles não têm de que apostatar! Segue-se que os eleitos podem perder a salvação se não permanecerem em Cristo!
Não é isso que vemos, ao estudar sobre as igrejas da Ásia? Os conselhos para aquelas igrejas abrangeram dois aspectos: arrependimento e manutenção da posição em Cristo. A ordem “Arrepende-te” foi transmitida à maioria (Ap 2.5,16; 3.3,19). Para as outras, o Senhor disse que deveriam guardar, reter, conservar o que tinham, até à morte, para que não perdessem a coroa (Ap 2.10,25; 3.11). O crente que se acomoda, pensando estar salvo para sempre, está iludido e dormindo espiritualmente.
O pastor da igreja em Sardes estava morto — e não sabia! — e precisava tomar uma posição diante do Senhor (Ap 3.1). Conquanto o Senhor Jesus tenha feito a sua parte, ao nos resgatar, temos de operar ou desenvolver a nossa salvação (Fp 2.12; Ef 2.10; Hb 6.9). Em 2 Timóteo 2.10, está escrito: “... tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna”.
Quando Paulo navegava como prisioneiro para a Itália, houve uma grande tempestade no mar (At 27.18-20). Deus, então, enviou um anjo para dizer-lhe que todos escapariam vivos. E Paulo transmitiu a mensagem aos que estavam no navio, estabelecendo uma condição: permanecer na embarcação (vv. 22-31). Conclusão: “E assim aconteceu que todos chegaram à terra, a salvo” (v. 44).
Da mesma forma, quando o pecado entrou no mundo, todos os homens foram nivelados ao estado de pecadores (Rm 3.23; 5.12). Deus podia ter posto fim ao “projeto homem”, porém já tinha um plano redentor: “... encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia” (Rm 11.32). Ele colocou à disposição de toda a humanidade o “navio da salvação”. Quem entrar nesse navio e permanecer nele até ao fim chegará ao “porto da salvação” (Hb 3.6).
Quem quiser pode “navegar” em outras “embarcações” ou “canoas furadas”. Contudo, é melhor permanecer no “navio da salvação”, em Cristo, pois a segurança da salvação é para quem nEle permanecer (Jo 10.28). Ninguém pode arrebatar, raptar, o crente da mão de Jesus, a menos que o próprio crente negue a sua fé, seguindo a falsos doutores (2 Tm 4.1-5).
Confiar cegamente na segurança da salvação é agir como as pessoas que embarcaram no Titanic. Achavam que o navio jamais afundaria... Que engano! Em 2 Coríntios 1.13, está escrito: “Porque nenhumas outras coisas vos escrevemos, senão as que já sabeis ou também reconheceis; e espero que também até ao fim as reconhecereis”. Vigiemos, pois, para que não soframos um “naufrágio na fé” (1 Tm 1.19). Atentemos para a advertência da Palavra de Deus, que diz: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia” (1 Co 10.12).
Fomos transportados das trevas para a luz; e da morte para a vida (1 Pe 2.9; Jo 5.24). Contudo, se negarmos o Senhor, Ele também nos negará (2 Tm 2.12; Mt 10.32,33). Os nossos nomes estão registrados no livro da vida, mas isso não autentica a máxima predestinalista: “Uma vez salvo, salvo para sempre”. A Palavra de Deus afirma: “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida...” (Ap 3.5). Ou seja, Jesus não riscará o nome de quem vencer!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Os Aguilhões na Vida de Paulo

A conversão de Saulo na estrada de Damasco é a conversão mais famosa da história da igreja. Nenhum homem exerceu tanta influência no cristianismo, nenhum homem foi tão notório na história da humanidade como Paulo. Após sua experiência marcante na estrada para Damasco, Paulo se tornou o maior evangelista, o maior missionário, o maior teólogo e o maior plantador de igrejas da história do cristianismo.



Lucas, fica tão impressionado com a importância dessa conversão, que a relata três vezes, uma vez, em sua própria narrativa, e duas nos discursos de Paulo (At 9, 22, 26).


Se perguntarmos o que causou a conversão de Saulo, só existe uma resposta possível. O que sobressai na narrativa é a graça soberana de Deus através de Jesus Cristo. Saulo não se “decidiu por Cristo”, como poderíamos dizer. Pelo contrário, ele estava perseguindo a Cristo. É melhor dizer que Cristo se decidiu por ele e interveio em sua vida.

Devemos nos lembrar que Lucas menciona Saulo como um feroz adversário de Cristo e sua igreja. Ele nos conta que, no martírio de Estevão, “as testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo” (At 7.58), depois diz que “Saulo consentia na sua morte” (At 8.1) e que, em seguida, “Saulo assolava a igreja” (At 8.3), procurando cristãos casa por casa, arrastando homens e mulheres para a prisão. No texto de Atos 9.1, Lucas resume a história dizendo que Saulo estava “respirando ainda ameaças de morte contra os discípulos do Senhor”.

Quando atentamos para a riqueza e a profundidade das línguas originais ficamos perplexos, pois os termos que Lucas usa para se referir a Saulo antes da sua conversão parecem ser deliberadamente escolhidos para retratá-lo como “um animal selvagem e feroz”. O verbo “lymainomai”, cuja única ocorrência no N.T se encontra em Atos 8.3, em referência à “destruição” que Saulo causou à igreja, é empregado no Salmo 80.13 [na Septuaginta], em relação a animais selvagens destruindo uma vinha; o seu sentido específico é “destruição de um corpo por um animal selvagem”.

Mais tarde, os cristãos de Damasco o descreveram como aquele que tinha causado um “extermínio em Jerusalém” (At 9.21), onde o verbo empregado é “portheo”, que significa “destruir, assolar, espancar” que também aparece no texto de Gl 1.13. Continuando a mesma imagem, o erudito J.A. Alexander sugere que a menção de Saulo “respirando ameaças e morte” (At 9.1) era uma “alusão ao arfar e ao bufar dos animais selvagens”. Portanto era esse o homem (mais animal selvagem do que ser humano) que em poucos dias seria um cristão convertido e batizado.

No inicio eu disse que a resposta à conversão de Saulo foi a maravilhosa graça de Deus. Paulo sempre mencionou que Deus tomou a iniciativa de salvá-lo conforme sua vontade soberana (Gl 1.15,16). E além disso Paulo ilustrou essa verdade com pelo menos três imagens dramáticas.

Em primeiro lugar, Cristo o conquistou (Fp 3.12), o verbo “katalambano” dando a idéia que Cristo o “capturou” antes que tivesse a oportunidade de capturar algum cristão em Damasco.

Em segundo lugar, ele comparou sua iluminação interior com a ordem criadora “Haja luz” (Gn 1.3) ou “das trevas resplandecerá a luz” (II Co 4.6).

Em terceiro lugar, ele escreveu que a graça de Deus “transbordou” sobre ele, como um rio em época de cheia, inundando seu coração com fé e amor (I Tm 1.14). Assim a graça de Deus o capturou, iluminou seu coração e o inundou como uma enchente.


Agora devemos atentar para um fato importante – a conversão de Saulo não foi de maneira nenhuma uma conversão repentina. A intervenção de Deus foi repentina: “Subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor” (vs. 3). De acordo com a própria narrativa de Paulo, Jesus lhe disse: “Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões” (At 26.14). Jesus comparou Saulo a um touro jovem, forte e obstinado, e a si mesmo [Deus] a um fazendeiro que usa aguilhões para domá-lo. Agora surge a pergunta: “Quais eram esses aguilhões, contra os quais Saulo estava lutando”?

1) Um aguilhão eram as suas dúvidas. Saulo havia sido educado em Jerusalém aos pés de Gamaliel, provavelmente o professor mais celebrado do primeiro século da era cristã. Assim, teologicamente, Saulo tinha um excelente conhecimento do judaísmo e, moralmente, era zeloso da lei de Deus. De sã consciência, ele estava convencido que Jesus de Nazaré, não era o Messias. Para ele, era inconcebível que o Messias judeu pudesse ser rejeitado por seu próprio povo e então morrer, sob a maldição de Deus, uma vez que estava escrito na lei: “ qualquer que for pendurado no madeiro, está debaixo da maldição de Deus”(Dt 21.23). Não, não. Jesus deve ser um impostor.

Desse modo, ele começa a se opor a Jesus de Nazaré e a perseguir os cristãos. Essa era a sua convicção. No entanto, inconscientemente sua mente estava repleta de dúvidas, por causa dos rumores que circulavam acerca de Jesus: a beleza e a autoridade do seu ensino, a humildade e a mansidão de seu caráter, seus feitos poderosos de cura, e em especial, o rumor persistente que sua morte não havia sido o fim, pois algumas pessoas diziam que o haviam visto e tocado, e conversado com Ele após sua ressurreição. A mente de Saulo estava em desordem.

2) Outro aguilhão foi Estevão. Este fato “atormentava” sua mente. Saulo estava presente no julgamento e execução de Estevão. Ele havia visto com seus próprios olhos o rosto resplandecente de Estevão, como o de um anjo (At 6.15), e sua corajosa não-resistência enquanto era apedrejado até a morte (At 7.58-60). Ele havia ouvido, com seus próprios ouvidos, a defesa eloqüente de Estevão diante do Sinédrio, sua oração pedindo perdão aos executores, e sua afirmação extraordinária sobre a visão de Jesus como Filho do homem, em pé à destra de Deus (At 7.56). Portanto, Saulo não podia esquecer o testemunho de Estevão. Havia algo inexplicável naqueles cristãos, algo sobrenatural.


Se a conversão de Paulo não foi repentina, também não foi compulsiva. Cristo falou com ele em vez de esmagá-lo. Cristo o jogou ao chão, mas não violentou sua personalidade. Sua conversão não foi um transe hipnótico. Jesus apelou para sua razão e para o seu entendimento. Pelo contrário, Jesus lhe fez uma pergunta penetrante: “Saulo, Saulo, por que me persegues”? Saulo respondeu: “Quem és tu, Senhor”? Jesus respondeu: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues”. Jesus ordenou: “Mas levanta-te” e Paulo prontamente obedeceu. A resposta e a obediência de Saulo foram racionais, conscientes e livres.

Portanto, esta maravilhosa graça não anula a responsabilidade humana. Jesus “picou” a mente e a consciência de Saulo com seus aguilhões. Então se revelou através da luz e da voz, não para esmagá-lo, mas salvá-lo. A graça divina não atropela a personalidade humana. Ela não aprisiona. É o pecado que prende. A graça liberta. Amém!

O Espírito Santo na vida de Sansão e seus simbolismos

Jz 13. 24 Depois teve esta mulher um filho, a quem pôs o nome de Sansão; e o menino cresceu, e o Senhor o abençoou.

1. NASCEU – Símbolo da experiência do novo nascimento

2. CRESCEU – Aponta para a necessidade do crescimento, do desenvolvimento espiritual.

3. O SENHOR O ABENÇOOU – A benção de Deus, quando devidamente cultivada, conduz o cristão a um estágio de maturidade.

Jz 13.25 E o Espírito do Senhor começou a incitá-lo em Maané-Dã, entre Zorá e Estaol.

1. O ESPIRITO DO SENHOR – Embora muito distante de Sua plena atuação, reservada para a Dispensação da Graça, o Espírito Santo se manifestava ocasionalmente sobre algumas vidas.

2. COMEÇOU – Existe um dia em que o Espírito começa a atuar decisivamente em nossas vidas. Não podemos desprezar essa singular ocasião.

3. A IMPELIR – O Espírito atuou como força motriz na vida de Sansão. Foi assim também na vida dos crentes da Igreja Primitiva. Deve continuar a ser até a vinda de Cristo.

4. PARA O CAMPO – Jesus disse que devemos levantar nossos olhos e contemplar os campos que estão brancos para a ceifa, Jo 4.35.

5. DE DÃ – Dã significa juiz. A obra do Calvário nos permitiu alcançar plena justificação, decreta pelo Pai, o Juiz de toda a terra.

Jz 14. 6 Então o Espírito do Senhor se apossou dele, de modo que ele, sem ter coisa alguma na mão, despedaçou o leão como se fosse um cabrito. E não disse nem a seu pai nem a sua mãe o que tinha feito.

1. O ESPIRITO DO SENHOR SE APOSSOU DELE – Quantas vezes quisemos nos apoderar do Espírito Santo! Sempre resultou vão qualquer esforço. Esperemos que Ele se aposse de nós.

2. SEM TER COISA ALGUMA NA MÃO – evitemos superestimar aquilo que temos ou que somos, permitindo que toda a glória de nossa sucesso seja permanentemente atribuída ao Senhor.

3. DESPEDAÇOU O LEÃO COMO SE FOSSE UM CABRITO – Quando atuamos com nossas próprias forças, cada cabrito que enfrentamos parece um leão. Quando trabalhamos na força do Espírito, o leão não passa de um cabrito.

4. NÃO DISSE NEM A SEU PAI NEM A SUA MAE…– Salomão declarou que “a glória de Deus é encobrir o negócio”. Bem-aventurados aqueles que não tocam trombetas em torno de suas próprias realizações. “Louvem-te os lábios estranhos e não o teu próprio”.

Jz 14. 19 Então o Espírito do Senhor se apossou dele, de modo que desceu a Asquelom, matou trinta dos seus homens e, tomando as suas vestes, deu-as aos que declararam o enigma; e, ardendo em ira, subiu à casa de seu pai.

1. SE APOSSOU DELE – aqui temos a simbologia da renovação, quando a operação de Deus em nossa vida volta a acontecer “como no princípio”.

2. DE MODO QUE DESCEU A ASQUELOM – Devemos subir para nos encontrarmos com o Senhor e em seguida devemos descer, a fim de lutar contra o nosso inimigo.

3. MATOU TRINTA DE SEUS HOMENS – Precisamos aprender a partir de números modestos. Temos que subir a escada de Jacó. Temos que praticar bem, para que se agigantem nossas vitórias.

Jz 15. 14 Quando ele chegou a Leí, os filisteus lhe saíram ao encontro, jubilando. Então o [Espírito] do Senhor se apossou dele, e as cordas que lhe ligavam os braços se tornaram como fios de linho que estão queimados do fogo, e as suas amarraduras se desfizeram das suas mãos.

1. QUANDO CHEGOU A LEÍ OS FILISTEUS SAIRAM AO SEU ENCONTRO JUBILANDO . Constitui grave perigo desejar o aplauso do mundo. “Aqueles que querem viver piamente em Cristo padecerão perseguições.”. Um dia Deus permite que os inimigos zombem de nós, mas no dia seguinte Deus mesmo se rirá deles, através de nossa vitória.

2. O ESPIRITO SE APOSSOU DELE – Permita que a unção e a virtude do Espírito sejam normais em sua vida!

3. AS CORDAS QUE O ATAVAM FORAM ROMPIDAS – Deus aumente a nossa, a fim de crermos com confiança que TODAS as cordas que nos amarram (tristeza, ressentimento, displicência, desmotivação, etc., sejam totalmente rompidas.

4. AS AMARRADURAS FORAM DESFEITAS – Os homens de Leí planejaram a destruição de Sansão, mas ela não aconteceu porque o Espírito Santo esteve sobre ele. Que o mesmo Espírito desfaça todas as nossas amarraduras, para a glória de Deus.

4 grandes verdades sobre o Verbo de Deus

“No principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. [...] E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai” (Jo 1.1,14)

O apóstolo João, mais do que outros evangelistas, falou-nos acerca da divindade de Jesus Cristo. No prólogo de seu evangelho, já traçou o rumo de sua obra: “No principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). Depois de falar que esse Verbo foi o agente criador e também o doador da vida, anuncia de forma esplêndida: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai” (Jo 1.14).

Jesus é a suprema e final manifestação de Deus. Ele é a exegese de Deus. Ele é a interpretação perfeita de Deus. Veremos a seguir as 4 grandes verdades deste Verbo de Deus:

1) A eternidade do Verbo (Jo 1.1) “No principio era o Verbo…”. Quando tudo teve o seu começo, o Verbo estava lá, não como alguém que passou a existir, mas como o agente de tudo o que veio à existência. O Verbo não foi causado; Ele é a causa de tudo que existe. O Verbo não foi criado antes de todas as coisas; ele é o Criador do universo no principio (Jo 1.3). Ora, se antes do principio descortinava-se a eternidade, e se o Verbo já existia antes do começo de tudo, o Verbo é eterno. A eternidade é um atributo exclusivo de Deus. Só Deus é eterno.

2) A personalidade do Verbo (Jo 1.1) “…e o Verbo estava com Deus…”. No principio, o Verbo estava em total e perfeita comunhão com Deus. A expressão grega pros ton Theon traz a idéia de que o Verbo estava face a face com Deus. Como Deus é uma pessoa, e não uma energia, o Verbo também é uma pessoa. O Verbo é Jesus, a segunda pessoa da Trindade. Isso significa que, antes da encarnação do Verbo, Ele já existia, desde toda a eternidade, e em plena comunhão com o Pai.

Jesus não passou a existir depois que nasceu em Belém. Ele é o Pai da Eternidade. O Verbo é o Filho; e Pai e Filho têm perfeita comunhão desde a eternidade. Embora sejam pessoas distintas, são um só Deus, da mesma essência e substância.

3) A divindade do Verbo (Jo 1.1) “…e o Verbo era Deus”. O Verbo não é apenas eterno e pessoal, mas também divino. Ele é Deus. Ele é a causa não causada. Ele é a origem de todas as coisas. Ele é o criador do universo. Ele é o Verbo, ou seja, o agente criador de tudo o que existe, das coisas visíveis e invisíveis. O Deus único e verdadeiro constitui-se em três pessoas distintas, porém iguais, da mesma essência e substância. O Verbo não é uma criatura, mas o criador. Ele não é um ser inferior a Deus, mas o próprio Deus.

Jesus não é uma criatura intermediária entre Deus e o homem. Ele é perfeitamente Deus e perfeitamente homem. Ele não deixou de ser Deus ao assumir a forma humana, e não deixou de ser homem ao retornar à glória que tinha junto do Pai.

4) A encarnação do Verbo (Jo 1.14) – “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, [...] como a glória do unigênito do Pai”. Aqui está o sublime mistério da encarnação: o eterno entrou no tempo. O transcendente tornou-se imanente. Aquele que nem o céu dos céus pode contê-lo foi enfaixado em panos e deitado numa manjedoura.

Deus se fez homem, o Senhor dos senhores se fez servo. Aquele que é santo, santo, santo se fez pecado por nós; Aquele que é exaltado acima dos querubins, assumiu o nosso lugar, como nosso fiador, fez-se maldição por nós e sorveu sozinho o cálice amargo da ira de Deus, morrendo morte de cruz, para nos dar a vida eterna. Jesus veio nos revelar de forma eloqüente o amor de Deus!

Dar-te-ei Dois Mil Cavalos

A) O Intervalo entre a Promessa e o Milagre

“Dar-te-ei dois mil cavalos se tu preparares dois mil cavaleiros para eles” (IsaÍas 36:8).

?????????? ???? ?????????? ??????? ??????????? ????? ???? ???????? ??????????

(Fonética: “Vê-Etenâh lê-Há alpâim sussîm, im-tuHal latét lê-Há rêHavim aleihêm”).

Há um verdadeiro treinamento de fé no espaço ou intervalo entre a promessa e o milagre, o acontecer daquilo que foi prometido. O primeiro exemplo bíblico está na vida de Abraão. Deus o chama de Ur dos Caldeus, da sua terra e parentela e lhe faz promessa. Ele pronta e fielmente obedece. No verso 4 do capítulo 12 de Gênesis, lemos: “Assim partiu, como o Senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de 75 anos, quando saiu de Harã”. A inquietude que sempre mexia no coração de Abraão era o fato de não ter herdeiro e, por consegüinte, já esboçava uma solução: “Eis que não me tens dado semente, e eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro”, Gênesis 15:1-3. Deus prontamente apresenta-lhe a solução: “mas aquele que de ti será gerado, esse será o herdeiro”(v.4).

02. Os anos se passaram, 24 anos e o capítulo 17:1 mostra que o Patriarca já estava com 99 anos de idade. Nesse capítulo vem, novamente, a reafirmação do nascimento do seu filho prometido. Como é sabido, Deus age no seu tempo. Em hebraico, o tempo comum, é ‘zêmânn’; mas o tempo de Deus é “ét”, ou seja, na ‘estação de Deus’ como o exemplo de Gênesis 18:14 – “Ao tempo (“ét”) determinado”.

03. Entre a promessa e o cumprimento da mesma na vida de Abrão e Sarai, muitas coisas aconteceram, como a precipitação de Sarai (Sara), em Gênesis 16:2-4, dando Agar como solução da promessa de um filho; os nomes de ambos são mudados para os novos projetos de Deus (cap.17:5 e 15), pois no intervalo para o homem, Deus sempre está trabalhando para cumprimento do seu propósito.

04. O caso de José é o segundo forte exemplo de treinamento de fé entre a promessa e o milagre. No coração de José havia muitos sonhos e projetos e, na “estação de Deus”, tudo aconteceria! O degrau para ele seria: escravidão, prisão e trono. Como herói sonhador passa por duras provas. O Salmo 105:17 resume: “Mandou diante deles um varão que foi vendido por escravo: José, cujos pés apertaram com grilhões e a quem puseram em ferros”.

05. O terceiro exemplo é o de Davi. Desde que matou Golias, ainda muito novo, não teve mais sossego e, dia e noite, era cruelmente perseguido pelo rei Saul. Humanamente falando, vivia a um passo da morte (I Samuel 20:3-b). Tornou-se vil aos olhos do seu rei como “cão morto” ou “pulga” (I Samuel 24:14).

06. Deus sabe como treinar os seus vasos prestes a tomar posse de uma bênção especial, de um milagre. Isaque esperou 20 anos para ser pai (Gênesis 25:20 e 26); Calebe soube esperar em fé por 45 anos para tomar posse da sua bênção (Josué 14:10). Paulo pode dizer antes de Filipenses 4:13 ( “Posso”) – “Já sei”, “aprendi” e “estou instruído” (versos 11 e 12).

07. Creia que o milagre vai acontecer! Para Deus, já aconteceu; para a fé confiante que espera em “expectativa de fé” (Salmo 40:1, esperar (heb), ‘lekevot’ – esperar em expectativa de fé), tudo está sob o comando de Deus.

B) DAR-TE-EI DOIS MIL CAVALOS

08. No texto de Isaías 36:8, há o desafio que vem em forma de barganha por parte do poderoso exército da Assíria: “Dar-te-ei dois mil cavalos se puderes achar cavaleiros para montar”. O rei Ezequias deveria fazer montar neles dois mil soldados. Certamente, havia soldados, contudo, não estavam preparados para a luta, para o combate. Não havia dois mil homens que pudessem guerrear cavalgando. Não estavam preparados para isso mesmo com os cavalos belicamente selados.

09. A lição para nós hoje é: “Se você aprender a montar, Deus lhe dará um cavalo”; “Se você se preparar para a promessa, Ele a tornará real para você! Prepare-se para “montar” na sua bênção, para tomar posse daquilo que Deus lhe tem prometido, pois fiel é o que prometeu e, “na estação de Deus”, acontecerá, “pois o choro pode durar a noite inteira (longo ou curto intervalo), mas a alegria vem pela manhã” (Salmo 30:5).

10. Prepare-se para a montaria em fé, oração e ação! O cavalo passará selado à sua frente, pronto para ser montado.

Os móveis de Tobias – Neemias 13

Neemias é conhecido por sua liderança e zelo religioso. Tinha amor profundo por Deus e por Jerusalém, a Cidade Santa. Quando, no exílio, recebeu a notícia do estado em que se encontrava Jerusalém e o povo, ele chorou, lamentou, jejuou e orou perante o Deus dos céus. Recebendo permissão do rei Artaxerxes, Neemias viajou a fim de restaurar os muros da cidade e cuidar da vida espiritual do povo. Após doze anos retornou à Babilônia, mas logo depois regressou para Jerusalém. Percebeu que a condição espiritual dos judeus ainda era ruim, a ponto de um ímpio como Tobias mudar “de mala e cuia” para a Casa de Deus.

1. Tobias, o dono dos móveis

Tobias é citado em várias partes do livro de Neemias como um homem perverso e de mau caráter (cf. Ne 2.10,19; 4.1-3,7; 6.10-13,19b). Alguém descreveu Tobias como um “homem mau, fraudulento, imprestável, politiqueiro, um homem que fazia negócios obscuros, ciumento (não havia feito nada pelo seu povo e agora que chega alguém interessado em reconstruir a cidade seu coração se enche de ódio), um homem que vivia maquinando e planejando como derrubar Neemias, usando a sua língua ferina, sua influência política”.

Tobias era amonita, contudo, tinha nome hebraico que significa “O Senhor é Deus”. Ou seja, ele tinha nome de crente, por assim dizer, mas não era crente, não pertencia ao povo de Deus. Além disso, quando Neemias chegou em Jerusalém, Tobias estava morando nas dependências da Casa de Deus, mais precisamente numa “câmara grande”. Isso não é curioso? Tobias praticamente morava dentro da Casa de Deus, mas não era de Deus. É provável que participasse dos cultos de louvor e adoração. Talvez para fazer média com os crentes, ou algum crente, porém, ele não era crente, não era um homem de Deus. Tobias era do Maligno! Um ímpio entre os santos. Um homem que não amava a Deus e nem ao povo de Deus, preocupado consigo mesmo.

2. Os móveis de Tobias

Os móveis de Tobias ocuparam o lugar dos móveis de Deus. Para que os móveis de Tobias entrassem na Casa de Deus foi preciso que os móveis de Deus saíssem. Os móveis de Tobias eram profanos e mundanos, mesmo sendo novos. Um símbolo de que as obras da carne e do pecado não podem ocupar o mesmo espaço do Espírito e da santificação. Uma representação do mundanismo inovacionista que invade sorrateira, mas também descaradamente, a Igreja do Senhor Jesus nos dias de hoje!Os móveis de Deus podem ser “antigos”, mas são os móveis de Deus. Representam a sã doutrina, o puro evangelho da graça de Cristo, o culto segundo a vontade de Deus. Ou seja, as coisas que agradam a Deus porque provém do próprio Deus.

3. A faxina de Neemias

Sempre haverá alguém, levantado por Deus, com zelo pelo Senhor e pelas coisas referentes a ele. Aqui, esse alguém é Neemias. No entanto, a origem de tudo de ruim que estava acontecendo na Casa de Deus era Eliasibe, o sacerdote. O homem que devia representar o povo perante Deus estava “aparentado” com Tobias. A Bíblia diz: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno, do crente com o incrédulo? (2Co 6.14,15). Eliasibe não foi uma influência positiva na vida de Tobias, pelo contrário, Tobias é quem influenciou negativamente Eliasibe, a ponto deste permitir que um ímpio morasse na Casa de Deus. Conseqüentemente, Neemias lançou fora os móveis de Tobias e reintroduziu, em seu devido lugar, os móveis de Deus.

Meus irmãos, a Casa de Deus somos nós, você e eu (cf. 2Co 6.16-18). Deus não quer que os móveis de Tobias façam parte de sua Casa (cf. Tg 4.8-10). Portanto, olhe bem para os cômodos de sua vida. Lance fora os móveis de Tobias; lance fora a mobília que não agrada a Deus!“Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (2Co 7.1).

Avivamento em Neemias (8-10)

Os caps. 8-10 descrevem um dos maiores avivamentos do AT e apontam vários princípios funda­mentais para um avivamento e re­novação espirituais. O avivamen­to e a renovação, procedem exclu­sivamente de Deus. Os instrumen­tos que o propiciam são:



1) a Palavra de Deus (w.1-8),

2) a oração (v.6),

3) a confissão de pecados (cap.9),

4) um coração quebrantado é contrito (v.9),

5) renúncia às práticas pecami­nosas da sociedade contemporâ­nea (9.2)

6) e renovação do compro­misso de andar segundo a vonta­de de Deus e de fazer da Palavra de Deus o nosso viver (10.29).



O avivamento teve início mediante um autêntico retorno à Palavra de Deus e um esforço decisi­vo para a compreensão da sua mensagem (v.8). Durante sete dias, seis horas por dia, Esdras leu o li­vro da lei (vv.3,18). Uma das prin­cipais evidências de um avivamen­to bíblico entre o povo de Deus é a grande fome de ouvir e ler a Pa­lavra de Deus.

Este capítulo da Bíblia descreve um dos maiores cultos de adoração ao Senhor, de todos os tempos. Deus deseja a adoração de seu povo e o conclama a adorá-lo con­tinuamente (cf. Sl 29.2; 96.9).

Por meio de Esdras e dos levitas, vemos o que deve acontecer sempre que a Palavra de Deus for ministrada aos fiéis. Muitos dos que voltaram do exílio, já não en­tendiam o hebraico, uma vez que o seu idioma era agora o aramaico. Por isso, quando as Escrituras eram lidas em hebraico, um grupo de homens dedicados fazia a interpre­tação para o aramaico, de tal maneira que os fiéis pudessem com­preendê-las e aplicá-las à sua vida. Deste modo, o povo se regozijou 'porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber' (v.12). A Palavra como revelação divina, o arrependimento, o avivamento es­piritual e a alegria estão todos potencialmente presentes; eles serão desencadeados pelo Espírito San­to, através de mensageiros ungidos que proclamem a Palavra de Deus, com clareza, poder e convicção. (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, pág. 739)



A nova etapa na vida dos ju­deus repatriados precisava ser diferente. Para que houvesse uma verdadeira operação de Deus no meio deles, o próprio povo agiu para que a Palavra de Deus fosse lida.

Isso fez com que Esdras, o escriba sacerdote, trouxesse o li­vro da Lei de Moisés e o lesse perante o povo. Ele estava sob um púlpito de madeira e ali leu a Palavra do Senhor para o povo.

Muitas vezes Deus nos coloca em aperto para sabermos dar va­lor à sua Palavra, Foi o que aconteceu com aquele povo. Haviam sido oprimidos e maltratados, mas agora reorganizado e na sua ter­ra, reconhecia que a Palavra de Deus era a verdade. Reconheceram as bênçãos de Deus e queriam co­nhecer melhor a sua Palavra. Exigiram então que ela lhes fosse lida,

Esdras lia o livro da lei é o povo chorava. Estavam compungidos em seus corações como o povo no Dia de Pentecostes. Um verdadei­ro avivamento em torno da Palavra de Deus.



Esdras e Neemias foram dois instrumentos que Deus muito usou em favor do remanescente judai­co que retornou do exílio babilônico. Esdras, sacerdote e escriba da lei de Deus, veio primeiro e cuidou da parte religiosa. Ele é o grande líder do avivamento que estudaremos esta semana na lição 09. Nee­mias veio mais tarde, como go­vernador, mas foi também um lí­der espiritual.

Foi desse remanescente aviva­do que, séculos mais tarde, viria ao mundo Jesus, o Messias Redentor.



A) A Palavra de Deus Anunciada



Estamos diante de um dos maiores avivamentos dos tempos bíblicos. O relato bíblico é resumi­do em três curtos capítulos, mas alcançou todo o remanescente de Israel e seu efeito estendeu-se pe­los séculos que precederam o Novo Testamento.



1. O povo reunido para ouvir a Palavra (vv. l, 2)



O di­rigente daquela grande congre­gação era Esdras, um obreiro pre­parado na Palavra de Deus e também para ensiná-la (Ed 7.10).

Era o dia 1º do mês 7º, a festa sagrada das Trombetas, assina­lando o início de um novo ano sa­grado (Nm 29.1; Lv 23.24). Fazia mais de dez anos que Esdras havia liderado um avivamento entre os repatriados de Israel (Ed 10). Ago­ra, com a ajuda de outro líder idôneo, Neemias, que se fazia acompanhar de novos repatriados, o movimento seria muito maior; a poderosa operação do Espírito Santo atuaria para reunir o povo„.

a) Povo unânime. "Como um só homem" (v.l). Como o fato acon­teceu aqui, só pode ser obra de Deus e sua sabedoria sobre tudo e todos. É todos sentindo na alma um só propósito. Deus fez isso também num outro avivamento em Jerusalém, conforme Atos 4.32.

b) Povo sedento de Deus. "Que trouxesse o livro da Lei de Moisés" (v.l). O povo é que pediu a Bíblia. Num avivamento real, como os da Bíblia e da história da Igreja isso acontece. Hoje em nossas igrejas o pastor se cansa de convidar o povo para ser salvo, para a oração, para a cooperação individual e ninguém aparece. Um avivamento não é o céu, mas vem do céu sem in­termediários, para nos aproximar mais de Deus.

c) O povo em geral. "Homens, mulheres e de todos os entendidos para ouvirem" (v.2). Noutras palavras: homens, mulheres e crianças, como na grande reunião realizada antes pelo mesmo ho­mem de Deus, Esdras (Ed 10.1). O contingente feminino é maior em toda igreja e requer de todo diri­gente mais atenção espiritual e social. Há poucas mulheres em­penhadas na Obra de Deus, quan­do devia haver mais. Nossas cri­anças precisam de um avivamento para que, na idade mais tenra, multidões delas sirvam ao Senhor. O inimigo está usando de toda estratégia e astúcia para corrom­per a mentalidade infantil, dentro e fora de casa, e ao mesmo tempo enganar seus pais.

d) Povo reverente e ordeiro. "E o povo ficava de manhã cedo ao meio-dia" (v.3). Esse povo, além de sedento de Deus, era reverente e ordeiro. Mais de seis horas esse povo, voluntariamente, perma­neceu ali, atento à exposição da Palavra de Deus. Ninguém pre­cisou vigiar nem forçar o povo a ficar. Muitos crentes comportam-se num culto hoje como se estivessem em sua casa ou parque de diversões. Ficam desatentos, conversam, riem, brincam, entram e saem do templo, etc. Irreverência com as coisas santas de Deus é pe­cado grave (Sl 89.7; Ec 5.1,2).



2. Obreiros preparados (v.4)



Esdras, o dirigente da obra "estava sobre um púlpito", mas antes a Bíblia diz que ele estava "preparado" (Ed 7.10). Se um obreiro não tem preparo e experiência para fazer o trabalho do Senhor é melhor ficar "sob" o púlpito e não "sobre" ele!

Um homem repleto da Palavra e zeloso por Deus como Esdras contagia qualquer auditório com essa Palavra.

Esdras tinha auxiliares preparados para ajudá-lo nas reuniões desse avivamento e também para cuidar dos frutos por ele produzidos.

Uma igreja avivada precisa ter muitos obreiros preparados para as diferentes tarefas que a Obra apresenta, o que inclui, em primeira mão, a Escola Dominical. Toda igreja para crescer depende do conhecimento da Palavra.



B. A Palavra de Deus Recebida.



1. O povo reverencia a Palavra (v.5).



Esdras, sendo sacerdote do Senhor e escriba, leu a Palavra em forma de homília(Pregação em estilo familiar e quase coloquial sobre o Evangelho). A presença de Deus era sensível, real e poderosa. O povo todo levantou-se. A mão de Deus que impeliu o povo por fora, para acorrer àquele local, agora moveu seus corações para honrar a Palavra de Deus. Foi

espontâneo. Foi unânime. Foi de Deus.



2. O povo louva a Deus com simplicidade e humilda­de (v.6).



As palavras de louvor do povo "Amém! Amém!" são comuns e simples; só que, naquele momento, ecoavam saturadas de inspiração e unção do Espírito. É também o caso do Salmo 136, em que metade dele é uma frase repetida, mas a unção do salmista era tal que Deus proveu a sua inclusão na sua santa Palavra. Nisto se equivocam os irmãos que se ocupam do louvor na igreja apresentando números com linguagem e melodia complexas; quando podiam ser simples, mas regidas pelo Espírito. Por que dificultar as coisas simples, mas poderosas, de Deus?



3. O povo fica firme pôr convicção (v.7).



Quatro lições principais extraímos deste versí­culo.



(1) A igreja ter obreiros apropriados para cuidar dos frutos do avivamento. Os obreiros que aparecem ensinando no versículo 7 não são os mesmos mencionados antes, e estavam em baixo, ao lago do povo. (Os do v. 4 estavam com Esdras no púlpito.)



(2) A continuação ou con­servação de um avivamento real depende de um vagaroso, sadio e contínuo ensino da Palavra aos novos e velhos crentes. Por isso muitos avivamentos locais não persistem.



(3) Que o ensino da Palavra produz convicção profunda, firme­za e satisfação. De fato, "a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus" (Rm 10.17). O povo ficou mais de seis horas sem sair do seu lugar, prazerosamente.



(4) Que o louvor produzido pelo Espírito Santo abre a porta do ensino da Palavra. Após o louvor e a adoração do v.6, segue-se o ensino do v.7.



4. A Palavra de Deus ex­planada (v.8)



Não basta ler a Palavra; ela precisa ser pregada, ensinada, explicada, explanada, desdobrada, aclarada, conforme o tipo de ouvinte. A pergunta de Filipe ao ministro da rainha Candace e a resposta deste con­tinuam a ecoar dentro da Igreja: "Entendes tu o que lês?", "Como poderei entender se alguém me não ensinar" (At. 8.30,31).



C. A Palavra de Deus e Seu Efeito



O poderoso e bendito efeito da Palavra não se faz esperar quando ela é acolhida por corações se­dentos como aqueles (Is 55.10,11; Sl 12.6; At 19.20). Neemias era "o governador", mas Esdras era "sa­cerdote e escriba". Num avivamento essas coisas ficam em seus devidos lugares quanto à cooperação. Neemias aparece apenas uma vez neste capítulo (v.9); Esdras aparece nos vv.l, 2, 4,5,6,9,13. Igreja e política são coisas diferentes.



1. Emoção e convicção.



Nos vv. 8-12 nitidamente se vê a dife­rença entre estes fenômenos da alma e do espírito. Os obreiros ajudaram o povo, aqui, o qual chorava mais emocionado do que convicto. A emoção é passageira e sua lembrança nos emociona sempre; a convicção persiste, é uma certeza firme, inabalável que a fé em Deus comunica. A emoção está ligada aos nossos sentimentos; convicções estão ligadas a nossa razão, que é a função mais elevada do nosso espírito, principalmente quando ativada pelo Espírito Santo.

Portanto, as emoções podem ir de um extremo a outro da alma, como o pêndulo de um relógio de parede, e muitos pensam que somente isto é poder de Deus. Mas o verdadeiro avivamento só acontece quando o povo, arrependido e contrito, se humilha perante o Senhor chora pelo poder convincente da Palavra.



Se estivermos dispostos a an­dar de acordo com a Palavra de Deus, não haverá limites para suas bênção. 'Fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança' (Ml 3.10). 'O Senhor dará graça e glória; não negará bem algum aos que andam na re­tidão' (Sl 84.11).

Centenas de outras promessas declaram a mesma provisão. Deus sempre está a nosso favor. Se nós, que somos maus, sabemos dar boas coisas aos nossos filhos, quanto mais 'dará o Pai celestial o Espírito àqueles que lho pedirem?',(Le 11.13). Porque, então, alguém con­tinuaria afogando-se numa derrota espiritual, enquanto todos os recursos da graça estão à disposi­ção do coração obediente?

Mas será que acreditamos re­almente no que Deus fala? Essa pergunta deve ser feita sem demora, já que tudo o mais depende de nossa resposta. Obviamente, se há alguma dúvida quanto à fidedignidade da Palavra revelada de Deus, é provável que haja pouco interesse em avaliar nossa vida por meio dela. Sistemas doutrinários e teológicos que desacreditam as Santas Escrituras jamais produzirão avivamento.

O PÚLPITO É DE MADEIRA. II

Texto: Neemias. 8;3,4,5,6,7,8.
Introdução: O tempo de Neemias é um tempo de restauração, renovação e reconstrução. Este tempo é tempo de voltar a sonhar.

1) O púlpito era de madeira.

O material do púlpito era de madeira. E não era polido com ouro, não era de cobre ou de ferro. Mas sim de madeira. A madeira não é tão resistente. Ela é fraca. Porque quem esta encima também é fraco.

* Quem esta encima é fraco.
* Tem muito púlpito que esta cheio de cupim.
* Você pode esta acima do povo, mas não se esqueça o púlpito é de madeira.

Obs.: tem muitos púlpitos infectados de cupim outros já estão caídos. O segredo é ter fogo no altar.


2) O que trazer para o púlpito de madeira.

Esdras não trouxe seus sonhos, teses, historia ou muito menos despejou sobre o púlpito sua raiva, mágoa e desabafos.
Mas a única coisa que ele trouxe foi a palavra de Deus.

* Israel é o povo do livro.
* A palavra deve ter primazia nos púlpitos.
* A palavra é: A) Viva. B) Eficaz. C) É mais penetrante que espada. D) Corta na divisão da alma e do espírito, juntas e medulas E) É apita para discernir os pensamentos e as intenções do coração. HEBREUS. 4. 12.


Obs.: A noiva de Cristo não pode morrer de fome, por isso pregue a palavra como ela é.

3) O que sai do púlpito de madeira.

A duração da mensagem de Esdras foi de seis horas, a bíblia diz: Da alva até ao meio dia. Qual é o tempo da palavra nos nossos cultos?
Somente a palavra produz um verdadeiro avivamento.
Foi isso que saiu do púlpito de Esdras, um verdadeiro a avivamento.
Os resultados foram:

* A confirmação do povo. Amem.
* Inclinaram as cabeças. Em terra.
* Levantaram as mãos.
* Chorarão o chora do arrependimento.
* E adorarão a Deus,

Obs.: O verdadeiro avivamento é produzido pela palavra. E é acompanhado por choro e adoração. Como esta o púlpito de madeira ai? A palavra ainda tem primazia? Pois o púlpito é trono de Deus. E se é de Deus é ele quem determina que manda e desmanda.
A ele a gloria a honra e louvor.

Que tipo de herança você quer?

Qual a primeira coisa que lhe vem à mente quando você escuta a palavra "herança"? Herança é algo que se recebe por direito, por lei ou por caracteristicas naturais".

Existem vários tipos de herança. Entre eles, citam-se:
1. herança financeira: herdada de parentes ou amigos que morrem, é o tipo de herança que se ganha através da desgraça dos outros.
2. herança genética: pode ser definida como o que se transmite por hereditariedade, ou, simplesmente, bagagem genética. São as caracteristicas fisicas que recebemos dos nossos parentes: tipo de sangue, cor da pele e, infelizmente, problemas de saúde.

Talvez essas duas sejam as mais conhecidas. No entanto, existem duas outras que são totalmente diferentes destas. Estas duas primeiras podem acabar, pois, como diz a Palavra, o ladrão vem e rouba, a ferrugem corrói e a traça destrói. E, com relação à herança genética, nós morremos fisicamente.

As outras duas heranças, depende muito da escolha de cada um se ficará com elas ou não. Vejamos:
3. herança do pecado (Rm 3.23). Começou com Adão e Eva, que são os legítimos representantes dela. Ela não escolhe posição social (herança financeira) nem cor (herança genética) e nivelou todo mundo em um só patamar: "todos pecaram...".
No entanto existe cura para todas essas outras aqui referidas que é a nossa terceira e última herança.,
4. herança da graça (Jo 1.12). Quem a consquistou nunca teve dinheiro, mas era extremamente rico. Veio, sim, através de uma linhagem, a de Davi, mas acima desta ele tinha uma linhagem celestial. Se todos pecaram, todos também foram alcançados(Jo 3.16).
– Apaga os erros cometidos por causa da primeria herança (Rm 8.1).
– Não pode ser roubada, como a herança financeira, pois Paulo diz em Romanos 8.35 que ninguém pode nos separar do amor de Cristo. Seja deste mundo ou do porvir.
– Nos dá o direito de participar de uma raça eleita: a dos de primeiro mundo? Não. A dos nobres de sangue azul? Não. A dos lavados pelo sangue carmesim de Jesus Cristo. – Recebemos riquezas; não a da herança financeira, mas aquela que está bem guardada em tesouros, onde o ladrão não rouba.
– Receberemos um novo corpo, não com as caracteristicas do nossos pais humanos, mas sim de um corpo glorificado.
– Teremos um novo nome, não registrado em cartório humano, mas sim no livro da vida.

Quando alguém morre escreve um livro testamento, e nele coloca os nomes de quem ele deseja que sejam repartidas a sua herança. Quero lhe dizer que alguém morreu e deixou uma herança indizevel e inefavel, este alguém se chama Jesus Crsto, o justo. Se você me perguntar o que é necessário para receber todos estes galardões, eu lhe responderia com atos 16.1, como tão bem falou Paulo e Silas para aquele carcereiro: "Crê no Senhor Jesus Cristo e será salva tu e a a tua casa".

O púlpito de madeira

O contexto bíblico histórico do capítulo 8 do livro de Neemias, narra o ajuntamento de judeus em Jerusalém, após 70 anos de cativeiro. Segundo algumas fontes históricas haviam cerca de quarenta e duas mil pessoas na praça, para ouvir a exposição das escrituras.

O centro das atenções naquela reunião( que durou cerca de 6 horas) era a mensagem contida no Livro da lei, que foi exposta por Esdras, o escriba, a partir de um púlpito de madeira - "E Esdras, o escriba, estava sobre um púlpito de madeira..." Ne 8.4

O que aconteceu a partir daquele púlpito de madeira, a ponto de produzir um reavivamento histórico em toda nação de Israel? Quais as características peculiares que nortearam o significado daquele púlpito em especial? Podemos compreender o significado prático e bíblico de um púlpito?

Em (1) primeiro lugar - o texto vai nos informar que o povo pediu - "Tragam o livro", (Ne 8.1), em seguida Esdras leu as escrituras (Ne 8.3). No púlpito que Esdras pregou naquele dia, a prioridade era a Palavra de Deus. Esdras não levou para o púlpito os seus sonhos, desejos, pretensões, ou lógicas pessoais. Ele abriu, leu, expôs, e aplicou as escrituras.

O fogo reavivador que ardia naquele púlpito, era fruto simplesmente da palavra. De modo que, enquanto os nossos púlpitos não voltarem a arder pela palavra bíblica, certamente o fogo estranho, e o entretenimento religioso produzirão estragos indizíveis em nossa geração.

Em (2) segundo lugar - aprendemos com o púlpito de Esdras que a simplificação gerou amplificação na compreensão das escrituras. Através da exposição simplificada todo o povo entendeu a mensagem - “E leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse.” Ne 8.8

A pregação eficaz é aquela, cujo conteúdo será sempre Sola Scriptura (somente a escritura), comunicada de maneira simples, mas preservando a profundidade do texto sagrado, através da exposição, aplicação e conclusão da mensagem.

Em (3) terceiro lugar - o resultado colhido de um púlpito que preserva a integridade e a exposição das escrituras, sempre será de contrição, arrependimento e adoração por parte da congregação.

Por isso, é correto afirmar que naquele dia em Jerusalém, o que aconteceu, foi de fato um autentico reavivamento. De modo que, os frutos de um avivamento estiveram presentes, como por exemplo:

(1) Regresso e submissão a autoridade das escrituras.
(2) Exposição fiel das escrituras.
(3) Contrição e quebrantamento a partir da confrontação com as escrituras.
(4) Arrependimento de pecados.
(5) Adoração, gratidão e desejo por Deus.

Caso queiramos vivenciar um autêntico reavivamento, precisamos resgatar o significado que existiu naquele púlpito de madeira, em que Esdras pregou. Púlpito não deve ser um lugar de diversão, entretenimento, ou exaltação a personalidade humana, mas biblicamente, púlpito é o lugar, de onde deve sair as águas purificadoras e o fogo santo, que consumirá os nossos pecados e nos conduzirão novamente à paixão e ao mesmo sentimento que existiu em Cristo Jesus.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

SÓ PARA LER II - AS OITO IDADES DO HOMEM

AS OITO IDADES DO HOMEM, segundo Erik Erikson
Na concepção de Erikson, os principais estágios do ciclo da vida são:

CONFIANÇA x DESCONFIANÇA - Primeiro estágio, corresponde ao estágio oral da teoria psicanalítica clássica e, em geral, transcorre durante o primeiro ano de vida.

AUTONOMIA x DÚVIDA - Este segundo estágio, abrange o segundo e o terceiro anos de vida. Na teoria freudiana é conhecido como estágio anal. Erikson entende que neste período surge a autonomia, desenvolvida através de novas habilidades motoras e mentais da criança.

INICIATIVA x CULPA - Nesse terceiro estágio, que abrange de 4 a 5 anos de idade, a criança é praticamente, dona de seu corpo, pois pode iniciar atividades motoras de vários tipos, por conta própria. O mesmo prevalece quanto à linguagem e atividades imaginárias. Segundo, Erikson a dimensão social que surge neste estágio tem em um dos pólos a iniciativa e, no outro, a culpa.

INDÚSTRIA x INFERIORIDADE - Erikson defende a idéia de que entre os 6 e 11 anos de idade, o ser humano passa pelo quarto estágio, descritos na psicanálise clássica como fase de latência. É o tempo em que o amor da criança pelo pai ou pela mãe (do sexo oposto ao seu) e a rivalidade com o do mesmo sexo, ficam em repouso. É, também, o período em que a criança torna-se capaz de raciocínio dedutivo e de brincar e aprender por regras. Erikson, afirma que, a dimensão psicossocial que emerge durante este período, tem, num extremo, o bom senso de indústria e, no outro, o senso de inferioridade.

IDENTIDADE x CONFUSÃO DE PAPÉIS - Para Erikson, esta fase compreende o período entre os 12 aos 18 anos. É a fase onde o adolescente desenvolve uma infinidade de novos meios de entender o mundo e de pensar a respeito dele. Neste período, segundo a teoria psicanalítica tradicional, ocorre um re-despertar do problema do “romance familiar” da primeira infância e a maneira que o adolescente encontra para resolver este problema é procurar e encontrar um parceiro romântico de sua própria geração. Erikson não discorda desta teoria, porém, alerta para outros fatos que surgem neste momento da vida.

INTIMIDADE x ISOLAMENTO - O sexto estágio do ciclo vital é o início da maturidade, aproximadamente o período do namoro e começo da vida familiar. Para Erikson, a aquisição prévia de um senso de identidade pessoal e a dedicação a um trabalho produtivo, que assinalam este período, dão origem a uma nova dimensão interpessoal de intimidade, num extremo e de isolamento, no outro.

GENERATIVIDADE x ABSORÇÃO EM SI MESMO - Este sétimo estágio compreende a meia idade ou, aproximadamente, o período em que as crianças se tornam adolescentes e os pais já estão fixados no trabalho e/ou profissão. Erikson acredita que o ser humano nesta fase da vida traz consigo o potencial de uma nova dimensão, com a “generatividade” num extremo ou a “absorção em si mesmo” e a estagnação, no outro.

INTEGRIDADE x DESESPERO - O último estágio no esquema eriksoniano corresponde ao período em que os principais esforços do indivíduo aproximam-se do fim e há tempo para a reflexão - e para o desfrute dos netos, quando existem. A dimensão psicossocial que ganha destaque durante esta fase, tem a integridade num extremo e o senso de desespero, no outro.

Apesar do reconhecimento amplo e internacional da contribuição de Erikson à psiquiatria, psicologia, educação e serviço social, nem todas as suas formulações foram aceitas sem críticas.

Só para Ler: As Cinco idades do homem

Segundo a mitologia grega, a raça humana teria sido criada cinco vezes: Geração de Ouro, de Prata, de Bronze, de Heróis e Semideuses e de Ferro.

Geração de Ouro — Primeira raça. Semelhante aos deuses. Sua vida era uma seqüência constante de prazeres. Conviviam em perfeita harmonia. Sem cansaço, doença ou dor. Após longos anos de felicidade, a morte vinha como um suave adormecer.

No fim foram todos destruídos como punição pelos terríveis erros dos titã Cronos.

Geração de Prata — Fracos e tolos. Incapazes de administrar suas próprias questões. Muito menos de ajudar os outros. Levavam cem anos para iniciar a fase adulta. Não distinguiam o bem do mal e tinham a vida cheia de dor e tristeza. Sem disposição para trabalhar, não amavam uns aos outros. Viviam do que tomavam pela força e era comum se matarem. Não obedeciam aos deuses nem ofereciam sacrifícios.

Zeus, insultado por sua arrogância e violência, matou a todos.

Geração de Bronze — Zeus criou a terceira geração. Homens muito altos e fortes. Guerreiros destemidos. Moldados em bronze, tinham armas do mesmo material. Tudo era de bronze pois homens ainda não haviam descoberto como trabalhar o ferro. Não cultivavam a terra. Viviam da caça e da coleta. Ficaram arrogantes e vaidosos, cheios de tolo orgulho e uniram-se para tomar o monte Olimpo.

Novamente Zeus matou a todos.

Geração de Heróis e Semideuses — A quarta geração veio ao mundo com Hércules, Teseu, Orfeu, Jasão, Aquiles, Agamêmnon e todo o exército de heróis da mitologia grega. Seus atos corajosos originaram o nome da geração: Idade Heróica. Mais justos e mais nobres do que as gerações anteriores, recebiam freqüentemente a visita dos deuses do Olimpo que se misturavam entre eles compartilhando suas alegrias e tristezas. Muitos heróis e nobres eram filhos de algum deus e estes os protegiam. Grandes cidades floresceram neste período: Atenas, Micenas, Esparta, Creta, Corinto, Maratona...

A geração de heróis foi derrubada. Muitos tombaram nas sete portas de Tebas, combatendo pelas riquezas do rei Édipo, e muitos morreram na luta que se travou durante dez anos nos muros de Tróia.

Quando todos morreram Zeus os enviou para a Terra dos Bem-Aventurados.

Geração de Ferro — A idade mítica chegou ao fim. Zeus gerou da terra a abundante geração de ferro, que ainda habita a terra em nossos dias. A vida é difícil para estes homens. Tem de trabalhar para sobreviver, enfrentando problemas e provas. Nem os deuses parecem amá-los, pois retiraram-se para o Olimpo. Distribuíram algumas alegrias, mas o mal sempre excede o bem e obscurece a vida dos homens.

A quinta geração vive com a lembrança da que a precedeu. A era mítica deixou uma rica herança cultural para os seus sucessores. Suas histórias ainda foram contadas por Homero, Sófocles, Hesíodo, Eurípedes, Ésquilo e tantos outros.

A mitologia grega, em sua maior parte, concentra-se na quarta geração e, a partir do nascimento da quinta, já não há mais mitologia.

Leviatã - Espirito de Manipulação

1 - LEVIATÃ NÃO AGE SEM PERMISSÃO ÉTICA, MORAL OU ESPIRITUAL.

John Konox, grande avivalista do século 18, já pesquisou sobre Leviatã e descobriu que ele é um governo na mente. Ele tem a finalidade de governar e reger a mente do homem. Ele é um espírito de manipulação mais acentuado que Jezabel. A liderança regida por Leviatã fica amortecida e anulada. Vivemos dias em que há uma regência muito forte de Leviatã sobre o povo. Todo ataque de Leviatã tem por trás uma aprovação homologada da pessoa, ele atua de forma desorganizada e distraída, ele usa a própria legalidade da vida do líder.

2 - JÓ FOI ATACADO POR LEVIATÃ – JÓ 41

Jó foi testado na honra, a intenção de Leviatã era fazer Jó murmurar. A legalidade que Jó deu foi de achar que não precisava prosseguir no conhecimento de Deus, ele tinha tudo o que precisava e para ele já bastava, estagnou na sua vida espiritual.

“Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” (Os. 6:3)

Quando não prosseguimos em conhecer ao Senhor os céus são de bronze sobre nós, a chuva não vem. Jó, por achar que estava com a sua alma alimentada, não sentia desejo de conhecer mais ao Senhor.

“Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso me abomino e me arrependo no pó e cinza.” (Jó 42:5,6).

Quando Jó detectou o ataque do principado no capítulo 41, venceu-o e reconheceu sua debilidade.

O alvo precípuo de Leviatã é sempre destruir o sacerdote, fazer com que o líder se torne anulado em suas funções sacerdotais. Ele trás um discurso mentiroso para a mente do líder e a partir daí o manipula.

3 - LEVIATÃ, O MONSTRO MARINHO QUE AFUNDA NAVIOS

O Salmo 104:26, fala sobre o monstro marinho que afunda navios. Navios representam ministérios. A arca, o primeiro navio citado na Bíblia, foi criado para transportar e salvar uma família, uma Nação, uma descendência. Demonstra o cuidado de Deus com famílias que estão debaixo de um propósito.

Após o dilúvio, Deus fez a arca aportar em Ararate, que significa aquele que abraça, protege e sustenta. Quando o ministério, a família e sua descendência entra em perigo, Deus os encaminha para Ararate. Você pode enfrentar o dilúvio e o monstro do mares, mas Deus irá fazer chegar em Ararate, por que a proteção do Todo Poderoso está sobre sua vida.

4 - O ATAQUE DE LEVIATÃ NA VIDA DA MULHER

Em Gênesis Deus mandou o homem dominar sobre Leviatã.

“E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (Gn. 1:28)

Com a queda o homem se deixou dominar por Leviatã. Leviatã entrou na mente da matriarca das mulheres, lançou dúvidas, manipulou, mentiu, induziu. Leviatã sabia que se pegasse a mulher iria derrubar o homem, foi astuto. Por isso, toda mulher de Deus deve manter sua mente bem guardada.

Quando Leviatã atacou Jó, usou sua mulher para desanimá-lo:

"Então, sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre." (Jó 2:9)

Se acertarmos na liderança feminina Leviatã será derrotado.

A MULHER SÁBIA FORJA NO MARIDO UM CARÁTER E UMA PERSONALIDADE INDEMOLÍVEIS.

Toda mulher que tem uma palavra desapropriada, fora da ordem, está debaixo da regência de Leviatã. Mulheres regidas por Leviatã infringem princípios. É LOUCA assim como a mulher de Jó.

5 - MULHER – A IDONEIDADE DA ALIANÇA

A idoneidade do casamento é papel para mulher. À mulher cabe conduzir sua família debaixo de princípios. A mulher sábia sabe decidir corretamente em momentos difíceis. Que benefício terá uma aliança que nos momentos mais difíceis não há apoio. A crise é o filtro do caráter do casal.

6 - CASAMENTO QUE NUNCA ENFRENTOU UMA CRISE ESTÁ NA FARSA E NA MENTIRA.

Conhecemos alguém que está sendo regido por Leviatã pelo seu discurso.

“O que guarda a boca e a língua, guarda sua alma das angústias” (Pv.21:23)

Peça ao Senhor que mude seu discurso e coloque em sua boca as palavras do Trono, do altar, do coração de Deus, para que você não angustie mais ninguém e nem viva angustiado.

"A glória da última casa será maior do que a primeira" (Ageu 2:9),

A vida de Jó mudou quando Leviatã foi derrotado em sua vida. ASSIM SERÁ COM VOCÊ!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

AS SETE TRANÇAS DE SANSÃO

TEXTO
Juízes – 16: 18,19 e 20
18. Vendo, pois, Dalila que já lhe descobrira todo o seu coração, mandou chamar os príncipes dos filisteus, dizendo: Subi esta vez, porque agora me descobriu ele todo o seu coração. E os príncipes dos filisteus subiram a ter com ela, trazendo com eles o dinheiro.
19. Então ela o fez dormir sobre os seus joelhos, e chamou a um homem, e rapou-lhe as sete tranças do cabelo de sua cabeça; e começou a afligi-lo, e retirou-se dele a sua força.
20. E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E despertou ele do seu sono, e disse: Sairei ainda esta vez como dantes, e me sacudirei. Porque ele não sabia que já o SENHOR se tinha retirado dele.

 INTRODUÇÃO
Quero louvar a Deus por mais esta linda mensagem que me direcionou a redigir, contudo primeiramente ela foi pregada no púlpito da igreja onde eu pastoreio.
Peço a cada amado amigo leitor, que se alimente desta palavra e a divulgue, levando assim uma semente de sabedoria a outros corações. Pois esta mensagem mexeu com minha vida, e bem sei que outros grandes pregadores já a têm ministrado por este mundo afora, e assim eu também gostaria de dar minha contribuição juntamente com estes valorosos pregadores. Por isso eu gostaria de lhe pedir que neste momento cada um dos amigos leitores, entregassem seus corações a Ruach HaKodesh, “O Espírito Santo”, assim esta mensagem, AS SETE TRANÇAS DE SANSÃO, lhe será um tesouro em vossas vidas.
Aprendo há todos os dias com a palavra do Senhor. E aprendi mais uma vez que o pecado tem ceceado a mente dos homens, para que assim não ouçam a voz do Espírito Santo. E assim foi quando meditei neste contexto, aprendi que muitas vezes brincamos com o perigo e não sabermos de onde vem nossa força, assim como Sansão não sabia de onde vinha a dele. Vamos juntos alimentarmos do mel do Senhor.

 QUEM FOI SANSÃO
A bíblia nos conta que certo dia uma família da tribo de DAN, estavam a viver de forma humilde na presença de Deus. O chefe da casa se chamava Manoah e sua esposa, segundo o talmude, se chamava Zlelponith. A mulher de Manoah era estéril, e de acordo com a crença dos Judeus, a esterilidade era um sinal de reprovação e juízo de Deus. Assim podemos chegar a uma conclusão, de que eles não eram totalmente felizes. Mas Manoah, não fez como Elkanah, casando-se com Penina.
Certo dia um anjo (era uma Teofania) aparece a Zlelponith, e lhe diz que ela teria um filho e ele seria nazireu desde o ventre, ele teria uma missão, ser o libertador de Israel das mãos dos inimigos Filisteus, os quais os oprimiam. Ela fica feliz e conta a Manoah que pede a Deus que envie novamente o anjo, e assim se fez.
Assim E o menino nasceu já cabeludo, e a mãe lhe deu um nome condizente com sua missão, o chamou Sansão, em hebraico, Shimshon, que provém da palavra shemesh, “que significa sol”, pois ele traria luz e salvação para seu povo.
Quando chegou a rapaz, a cabeleira cobria-lhe a cintura e sua mãe o penteava, fazendo sete tranças que prendiam juntas, à altura dos ombros de Sansão. Porém como nazireu, Sansão tinha alguns votos que não podiam ser quebrados, sendo os principais, (a) Não beber vinho ou qualquer bebida forte, não comer nada que provenha da vide, (b) Não tocar, aproximar, de cadáveres, (c) Não cortar os cabelos.
Estes eram os principais votos de um nazireu, e eu aprendo que um verdadeiro nazireu deve: (a) guardar sua boca, (b) guardar seu corpo e (c) Guardar sua mente. E este era Sansão.
A bíblia nos fala de três grandes nazireus: Sansão, Samuel e João Batista (aguarde a mensagem NAZIREUS DE DEUS).

 O SEGREDO SE SANSÃO
Sansão acreditava que sua força provinha de seus cabelos, pois era aquilo que desde seu nascimento não se tinha tocado ou defraudado. E segundo a história, eram seus cabelos cuidadosamente tratados por sua mãe, e assim pensava ele. Mas o verdadeiro segredo da foca de Sansão não estava em seus cabelos.
Mas qual seria a fonte da força de Sansão? Qual seria o segredo das coisas que sansão realizava? Por que a força de Sansão não estava em seus cabelos?
Vejamos então a luz da bíblia o porquê a força de Sansão não estava em seus cabelos. O que foi que aconteceu para que ele perdesse toda sua força.
Segundo alguns estudiosos, quando o Espírito de Deus se apossava de Sansão, ele corria pelos campos a uma velocidade de mais de 60 km/h. Certa ocasião Sansão arranca os portões da cidade de Gaza, o qual pesava cerca de 3.000 kg, e anda com ele nas costas mais de 60 km de distância. E ele acreditava que o segredo de sua força estava em seus cabelos. Não! Definitivamente uma força dessas, não pode estar nos cabelos. Ele era nazireu, que significa SEPARADO, CONSAGRADO.
É notória que a vida de Sansão foi uma permissão e vontade de Deus. Mas algo estava escondido, oculto, no segredo de que Sansão possuir sete tranças, pois não era a toa que sua mãe cuidasse tão bem dessas tranças. Pois uma verdade é que ao raspa-las sua força se foi, pois nesta hora diz a palavra de Deus que o Espírito de Deus o deixou. Então vamos conhecer onde estava a força sobrenatural da vida de Sansão, conhecendo as verdadeiras SETE TRANSÇAS DE SANSÃO.

 A PRIMEIRA TRANÇA DE SANSÃO
UMA ALIANÇA, UM PACTO COM DEUS
Juízes 13: 5 – A palavra do anjo para a mãe de Sansão foi que ele seria o libertador de Israel desde o ventre. Isso nos mostra que um pacto, uma aliança, foi feito da parte de Deus para com a vida de Sansão, e ao descer a cidade de Timma, Sansão mostra um desvio de conduta, não dando valor ao chamado feito antes de seu nascimento. Muitos estão se esquecendo que foram chamados para uma missão desde o ventre de suas genitoras, não dando valor ao Salmo 139.
Vamos dar valor a aliança feita com Deus, pois não temos que agradar a homens, e sim ao Eterno Senhor que fez os céus e a terra. Aquele que perde esta trança fica desprovido de força na hora da batalha.

 A SEGUNDA TRANÇA DE SANSÃO
O DESEJO E A VONTADE DE DEUS
Juízes 14:1 e 2 – Sansão vai à cidade de Timma, lugar onde não deveria ir, e lá vê uma mulher e deseja possuí-la. Ao desejar possuir aquela mulher, Sansão contraria a vontade do coração de Hashem. Depois da quebra do pacto, além de ir em um lugar maldito, lá ele vê e deseja algo que não precisava, uma mulher filistéia. Não bastasse ter ido naquele lugar, seu pai ainda o orienta, dizendo que em Israel também havia mulheres e mais lindas que as da terra dos Filisteus.
Quantos de nós não temos em nossos dias desejados coisas que Deus não preparou para nós, pois descemos a lugares imundos os quais não são da vontade do Senhor, e lá vemos aquilo que é agradável aos olhos, mas não é agradável a Deus. Com isso perdemos uma de nossas transas, OS DESEJOS E A VONTADE DE DEUS.
Deseje aquilo que está no coração de Deus, assim você conservará suas forças, e nenhum enviado do diabo lhe raspará seus cabelos.

 A TERCEIRA TRANÇA DE SANSÃO
A PUREZA DAS LEIS DE DEUS
Juízes 14: 8 e 9 – Estes versículos revelam que após matar um leão, mostrando que a força ainda estava com ele, e ao voltar pelo mesmo caminho, vendo o leão morto com uma colméia e favos de mel, Sansão toca no cadáver do leão para buscar o mel e come-lo. Sansão sabia muito bem que ele não poderia tocar em um cadáver, e o que diria comer de um mel que provinha de um cadáver. Isso mostra que ele já não mais se preocupava com as leis do nazireado. Por isso ainda vemos por aí alguns que vivem afundados nas impurezas da vida, mesmo tendo provado das coisas que Deus dá.
Não há nada mais doce do que as coisas que provém do alto. Ao tocar no impuro, ele contaminou a pureza (leia a mensagem A MOSCA E O PERFUME), e assim perdeu uma de suas tranças valiosas. Busquemos a doçura da palavra de Deus para nossas vidas e fiquemos longe da contaminação com aquilo que é mal.

 A QUARTA TRANÇA DE SANSÃO
A ALEGRIA DE DEUS
Juízes 14: 10 e 11 – O relato é que Sansão fez uma festa como era de costume daqueles que não tem um voto de nazireu (Separado, consagrado) para com Deus. Pois o vinho tem como um de seus simbolismos na bíblia, a alegria. Por isso uma das tranças era conservar em alegrar somente a Deus e ser alegrado também somente por Deus. Ao fazer aquela festa, Sansão deseja alegria do mundo. E um dos costumes da época era que o dono do banquete deveria ser o primeiro a beber do vinho.
Nesta ocasião ele, envolvido pelos prazeres da festa e pelas companhias de pessoas que não tinham um voto com Deus, Sansão bebe vinho e perde a trança.
É por isso que muitos de nossos jovens estão perdidos nas drogas, e nas prostituições deste mundo, pois acabem por desprezarem a alegria de Deus e amam as alegrias do mundo. Voltemos a ensinar a verdade que o Senhor mandou, e assim vamos conseguir vencer as artimanhas do inimigo.

 A QUINTA TRANÇA DE SANSÃO
A CONFIANÇA EM DEUS
Juízes 15: 18 e 19 – Aqui vemos que após uma batalha, Sansão que sempre foi suprido, cuidado, protegido por Deus, parece reclamar pela sede que estava sentindo e assim levanta uma murmuração a Deus pedindo água. Pode não parecer, mas era isso que estava acontecendo. Sansão pede aquilo que Deus o daria.
Mas a verdade é que após ter perdido as outras tranças, ele já não mais confiava totalmente em Deus. É isso que temos visto nos dias de hoje, pregadores que já não confiam no suprimento de Deus e vivem para arrancar dinheiro do povo. Devemos confiar somente naquele que se assenta no trono da graça. Aquele que deu seu unigênito filho por nossas vidas.

 A SEXTA TRANÇA DE SANSÃO
FIDELIDADE PARA COM DEUS
Juízes 16: 4 – Neste contexto, vemos que Sansão volta a Gaza e ao ver uma mulher prostituta, cujo nome era Dalila, ele se apaixona por ela. Triste coisa praticamos ao adorarmos coisas deste mundo, e o que dizer daqueles que adoram, amam, fazem promessas a imagens feitas por mãos de homem. Mostram-se como Sansão que perdeu a transa da fidelidade para com Deus, pois isto é prostituição, e em minha fé me diz que o pecado de adorar um morto, ou sua imagem, e segundo a bíblia isso é comparado ao pecado de prostituição, é o que mais entristece o coração de Deus.
Voltemos a ser um povo fiel, pois o salmista diz que os olhos de Deus procuram os fieis da terra para que estejam com Ele (Sl 101:6).

 A SÉTIMA TRANÇA DE SANSÃO
O AMOR E A CONFIANÇA EM DEUS
Juízes 16:15, 16 e 17 – Dalila faz Sansão mostrar que verdadeiramente a amava, e assim ele ao vê-la entristecida ele faz uma revelação, não de sua força, mas de sua última trança. Ele estava perdendo aquilo que poderia ainda fazê-lo retornar ao princípio da força.
Então ao dar mais valor ao amor de Dalila do que ao amor de Deus, diz a bíblia que naquele momento o Senhor Deus, ou seja, o Espírito Santo foi obrigado a se afastar de Sansão (Jz 16:20). E quando ele acorda, já não possui a força que outrora possuía, pois já não tinha mais aquele que lhe dera suas SETE TRANÇAS.

 CONCLUSÃO
É preciso avaliar nossas vidas, pois pode ser que neste momento alguns amigos leitores dessa mensagem já perderam algumas de suas tranças, os deixando vulneráveis ao inimigo.
Baseado na vida de Sansão eu gostaria de deixar para que os amados leitores meditassem em algumas orientações, para que suas tranças estejam melhor protegidas do perigo.
1) Não despreze seu voto;
2) Dê valor em ser um separado e consagrado para Deus;
3) Não desça em lugares sujos;
4) Não se contamine com as coisas desse mundo;
5) Não despreze o amor de Deus;
6) Não brinque com o pecado;
7) Viva sempre no primeiro amor.
Agradeço a Deus, nosso Senhor, a Jesus, nosso Salvador e ao Espírito Santo, nosso amigo e consolador, por ter me enchido com esta mensagem e colocado você a se alimentar também. E que Deus nos livre do mal e nos guarde em seu coração.